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Bangue-bangue no banco do Bolsa Família e do MCMV

Em outros tempos, e em outros governos, talvez os eventos na CEF, e as afirmações de Michel e Marun, fossem tratados com mais escândalo

Por Helena Chagas
Atualizado em 1 fev 2018, 14h00 - Publicado em 1 fev 2018, 14h00

O Planalto está fazendo qualquer negócio para aprovar algo que possa chamar de reforma da Previdência, ainda que lembre de forma longínqua a proposta inicial. Tudo indica que não conseguirá, e que a missão vai ficar com quem tem legitimidade: o próximo presidente da República. Mas a simples tentativa do atual, envolvendo dinheiro público e bancos oficiais como a Caixa, já é um perigo.

É a CEF que pode acabar com o maior mico da temporada. Enquanto a Fazenda apóia as mudanças feitas pelo conselho de administração do banco, que aprovou novo estatuto baseado na Lei das Estatais para “despolitizar” as indicações de diretores, e dispensou em definitivo três dos vice-presidentes investigados por corrupção, o Planalto parece trabalhar no sentido contrário.

Passaram quase em branco, em meio ao julgamento de Lula e outros fatos, movimentos recentes do ministro da Articulação Política, Carlos Marun. Para acalmar deputados irritados da base, disse que o episódio deixou um “gostinho amargo” na boca dos que tiveram seus indicados afastados.

Em entrevistas, ao lembrar o resultado da CEF em 2017, empregou metáfora futebolística para se solidarizar com os executivos investigados e dispensados: “É como um time ganhar o campeonato mundial e no outro dia demitir o técnico, o goleiro, o centroavante e o zagueiro”.

Não é preciso ser bom entendedor para perceber que Marun está confrontando a área econômica e quer deixar as coisas na Caixa como sempre foram. Não se tem notícia de que tenha sido advertido pela Comissão de Ética, ou que tenha levado alguma reprimenda do chefe.

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Claro que não. Em entrevista, o próprio Michel Temer completou: “A classe política foi eleita pelo voto, tem o direito de indicar dirigentes para as estatais. Cabe ao governo escolher se aceita”. Como Marun, agradou os padrinhos PP, PR, PRB e o seu MDB, insatisfeitos e ameaçando não votar a Previdência.

Alvo de duas denúncias recusadas pela Câmara, investigado em mais um inquérito no STF e ligado a Roberto Derziê, um dos vices afastados, o presidente jogou água fria no escândalo. “A situação da Caixa não estava tão dramática quanto a da Petrobras…”, desculpou.

Não se sabe os critérios de Temer para comparar Petrobras e Caixa, e nem seu conceito de “dramática”. Pelo que já saiu das investigações, porém, o que há no banco é o mesmo que havia na petroleira: cobrança de propina, tráfico de influência, achaque para liberação de contratos. Corrupção, em resumo.

Em outros tempos, e em outros governos, talvez os eventos na CEF, e as afirmações de Michel e Marun, fossem tratados com mais escândalo. Agora, diante da torcida do establishment pela Previdência, caem no vazio de uma conveniente apatia, algo na linha dos antigos “rouba mas faz”, ou “fins que justificam os meios”.

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Cada um sabe de si.

Só não dá para ficar surpreso porque a melhora nos números da economia não está fazendo subir a popularidade de Temer. Afinal, tem muita gente na platéia vendo o bangue-bangue na Caixa, o banco do Bolsa Família e do Minha Casa Minha Vida.

Caixa Econômica Federal (Ricardo Matsukawa/VEJA.com)

Helena Chagas é jornalista desde 1983. Já exerceu funções de repórter, colunista e direção em O Globo, O Estado de S.Paulo, SBT e TV Brasil. Foi ministra chefe da SECOM de 2011 a 2014 e hoje é consultora de comunicação.

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