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Por Coluna
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Balas a esmo

Choro a morte das seis crianças

Por Maria Helena RR de Sousa
Atualizado em 30 jul 2020, 19h19 - Publicado em 15 nov 2019, 10h00

Inventamos uma tremenda de uma mentira, a ‘bala perdida’. Quase todas as mortes no Rio são atribuídas a balas perdidas, o que é uma falácia. Não existem balas perdidas. Temos, sim, balas a esmo nesta cidade que já foi o orgulho do Brasil mas que hoje é nossa maior vergonha.

Só neste malfadado ano de 2019 perdemos seis crianças com idades entre doze e cinco anos. Vou repetir para gravar no coração do Leitor: seis crianças. São seis vidas ainda não plenamente vividas cuja morte destruiu também suas famílias.

Bolsonaro veio abraçar as famílias, dar-lhes força? O Witzel se preocupou em saber se as famílias tinham condições de arcar com as grandes despesas dos funerais? Sergio Moro, o herói da Segurança, se explicou?

O governador do Rio diz que a culpa é do governo federal que não controla como devia a entrada de armas e drogas em nossas fronteiras.

O Ministro da Justiça, Sergio Moro, disse: “O governo federal tem combatido duramente o tráfico de drogas e de armas. Não é correto comparar as apreensões dos primeiros cinco meses de 2019 com o total apreendido nos anos anteriores, como faz o governador do Rio de Janeiro ao buscar transferir a responsabilidade dos crimes no estado ao governo federal.”

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Que tal?

E o presidente da infeliz República (você, Leitor, está comemorando a data, ou, como eu, achou melhor ignorá-la?), o que disse? Nada. As seis crianças mortas não é bem um assunto que lhe interessa, sobretudo agora que os líderes comunistas que ele tanto admira estavam em Brasília. Isso, sim, era assunto importante para ele. (Por falar nisso, como é que ele vai se acertar com Trump, o americano paixão?)

Choro a morte das seis crianças, três meninos e três meninas. Choro a dor de suas famílias. Mas não esqueço que não foram só elas as vítimas dessas balas atiradas de qualquer jeito, sem controle, sem ordem, sem tino. Morrem velhos, adultos, adolescentes, gente boa e gente má, todas as mortes comemoradas pelo governador que afirma que o Rio é uma cidade tranquila, tão segura quanto Paris, New York, Londres.

Segundo essa figura que nos desgoverna, as áreas de interesse turístico estão seguras. Mas para chegar ao Pão de Açúcar ou à Floresta da Tijuca, como fazer, ir voando? Ou atravessar áreas onde o perigo se esconde? Onde as milícias são protegidas pelos mais altos postos da República?

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E ainda querem armar mais a população! Se essa não é a ideia mais imbecil que rondou nossos céus, qual será?

Encerro com um pedido a São José, pai do menino Jesus: acalme os corações dos pais de Kethleen, Jennifer, Kauan, Kauã, Kauê e Agatha. Ajude-os, meu bom São José, a vencer essa dor terrível que agora atravessam.

 

Maria Helena Rubinato Rodrigues de Sousa é professora e tradutora, escreve semanalmente para o Blog do Noblat desde agosto de 2005.

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