Black Friday: Revista em casa a partir de 8,90/semana
Imagem Blog

Noblat

Por Coluna Materia seguir SEGUIR Seguindo Materia SEGUINDO
O primeiro blog brasileiro com notícias e comentários diários sobre o que acontece na política. No ar desde 2004. Por Ricardo Noblat. Este conteúdo é exclusivo para assinantes.
Continua após publicidade

Balanço de um ano: governo não sabe governar 

Improvisos e decisões errada

Por Helena Chagas
Atualizado em 30 jul 2020, 19h18 - Publicado em 21 nov 2019, 11h00

Talvez o mais grave nem seja a radicalização ideológica, o retrocesso civilizatório nos direitos e nos costumes, as bravatas de quem se acha dono da democracia, e nem mesmo a falta de educação e o palavreado chulo e desrespeitoso – embora tudo isso seja gravíssimo. Prestes a completar um ano, o governo Bolsonaro não deixa dúvidas em relação à sua característica mais marcante: a incapacidade para governar um país do tamanho e da complexidade do Brasil, a inépcia na tomada de decisões que, como as de qualquer governo, afetam a vida de cada um.

Ao longo desses meses, vêm se avolumando, em praticamente todas as áreas, improvisos e decisões erradas por parte do poder público, e os prejuízos começam a ser sentidos de forma mais forte pelo cidadão.

Às vezes, dá em morte. Não é surpresa para quem acompanha os atos e palavras presidenciais, embora não deixe de ser chocante: o número de acidentes nas estradas no feriadão de 15 de novembro cresceu 18% em relação ao mesmo período de 2018, que foi até maior porque o feriado teve mais um dia. O número de infrações autuadas – excesso de velocidade, embriaguês ao volante, não uso do cinto de segurança, entre outras – aumentou em espantosos 66%.

Não é preciso ser um gênio para relacionar o comportamento dos motoristas irresponsáveis ao discurso de Bolsonaro contrário aos “pardais”, controles de velocidade e demais exigências de segurança no trânsito. Pior ainda, o discurso se materializou na retirada, por medida provisória, dos radares móveis das estradas. Paga-se o preço dessa insensatez.

Para ficar só nos últimos dias de desgoverno, temos uma série de vexames. Bolsonaro acabou, também por MP, com o DPVAT, o seguro para acidentes de trânsito – ao que se comenta, num gesto para prejudicar seu desafeto Luciano Bivar. A família do dublê de empresário e presidente do PSL é sócia de uma das seguradoras do consórcio que explora o DPVAT. Só que, além de deixar acidentados sem seguro, o governo se esqueceu que os mesmos recursos arrecadados com o imposto são usados para impressão dos documentos de licenciamento de toda a frota de veículos do país.

Continua após a publicidade

E agora? Talvez a sorte de Bolsonaro seja a disposição de deputados e senadores de rejeitar a medida provisória 904/19 – obviamente editada sem maiores estudos prévios. Mas a MP seguinte da série, a 905, pode acabar tendo o mesmo destino — ou acabar até sendo devolvida pelo Congresso ao Planalto. Ela cria o programa de incentivo ao emprego dos jovens entre 18 e 20 anos, o pessoal da carteira verde-e-amarela, mas se esqueceu de combinar com os russos que os R$ 10 bilhões das desonerações para os empresários virão de uma cobrança de contribuição previdenciária sobre o salário-desemprego. Nos penduricalhos, a MP ainda promove uma reforma trabalhista disfarçada quê dificilmente será aprovada por deputados e senadores.

A estratégia de Bolsonaro tem sido jogar a responsabilidade por todos os problemas que aparecem nos governos do PT. Tentou fazer isso esta semana, por exemplo, diante da ampla repercussão do aumento dos números do desmatamento da Amazônia. Não colou. É só olhar o período desse crescimento, entre meados de 2018 e de 2019, em plena vigência do discurso anti-ambientalista da atual administração.

Com quase um ano de governo, vai ficando cada vez mais difícil, para o presidente e seus auxiliares, manter a narrativa do não-tenho-nada-com-isso. Aos poucos, vai ser engolido pela do não-sei-governar.

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Semana Black Friday

A melhor notícia da Black Friday

BLACK
FRIDAY

MELHOR
OFERTA

Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

Apenas 5,99/mês*

ou
BLACK
FRIDAY
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba 4 Revistas no mês e tenha toda semana uma nova edição na sua casa (a partir de R$ 8,90 por revista)

a partir de 35,60/mês

ou

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$71,88, equivalente a 5,99/mês.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.