Embora escrito na Constituição de 1946 e 1958, o lema da revolução francesa de 1789 (Liberdade, igualdade, fraternidade) muitas vezes é esquecido por governos que juraram respeitá-lo.
Aconteceu quando o governo do presidente Emmanuel Macron propôs e a Assembleia Nacional Francesa aprovou, esta semana, uma lei que prevê punições a quem filmar policiais em ação.
Menos de dois dias depois, a agência de notícias Loopsider divulgou imagens que mostram três policiais agredindo o produtor musical Michel Zecler dentro de seu estúdio em Paris.
A ação só se tornou pública porque foi registrada pelo circuito de câmeras de segurança do local. Zecler é negro. E a discussão sobre racismo e violência policial está em alta no país.
O Senado estava pronto para confirmar a decisão da Assembleia Nacional Francesa quanto à lei que deixaria a polícia a salvo de filmagens indiscretas, mas aí o governo recuou.
Pediu mais tempo para repensar o projeto. Admitiu que ele contém imperfeições. Não se sabe se irá reapresentá-lo ou se simplesmente o esquecerá no fundo de alguma gaveta.
Enquanto isso, por aqui, o presidente Jair Bolsonaro sequer se pronunciou sobre o assassinato de João Alberto numa loja do Carrefour. E, nas redes sociais, pouco se falou a respeito.