Aumenta a tentação do PT de levar a candidatura de Lula até o fim
Afinal, uma notícia boa para o partido
Para o propósito de Lula ser candidato às próximas eleições e possa, de dentro da cadeia, fazer campanha, de nada servirá na prática o parecer do Comitê de Direitos Humanos da Organização das Nações Unidas (ONU) divulgado há pouco em Genebra, na Suiça.
Mas para reforçar a falsa verdade de que Lula é um preso político e não um político preso, sujeito a restrições severas e talvez injustas por parte do Estado brasileiro, nada a essa altura poderia ser melhor para ele, o PT e o ex-prefeito Fernando Haddad, que substituirá Lula como candidato.
Formado por representantes de 18 países, entre eles Estados Unidos, Canadá, Alemanha, França, Grécia e Portugal, presidido por um israelense, o Comitê pediu ao Brasil que garanta os direitos políticos de Lula de participar mesmo preso das eleições de outubro.
Segundo um porta-voz do Comitê, o pedido não significa que “tenha sido encontrada uma violação (contra Lula) ainda”. É uma medida urgente para preservar os direitos dele, “enquanto se aguarda a consideração do caso sobre o mérito”. Isso só acontecerá no próximo ano.
Nem o Estado, nem a Justiça brasileira estão obrigados a acolher o pedido do Comitê. Como não o faz a maioria dos países com assento no próprio Comitê. Mesmo assim, a defesa de Lula lucra com o episódio. Aumentará a tentação do PT para levar a candidatura dele até o fim.