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Por Coluna
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As ondas eleitorais

As ondas ganham o empuxo do momento, exibindo as demandas imediatas da sociedade

Por Gaudêncio Torquato
Atualizado em 8 Maio 2018, 10h53 - Publicado em 7 Maio 2018, 19h17

O campo eleitoral se movimenta por ondas. Que circulam de cima para baixo e de baixo para cima, absorvendo climas, circunstâncias, discursos, canalizando esses inputs na direção de potenciais perfis, principalmente candidatos a presidente, razão pela qual figurantes estaduais não ganham tanta projeção.

As ondas ganham o empuxo do momento, exibindo as demandas imediatas da sociedade. Estas, por sua vez, reúnem anseios, expectativas, frustrações com governantes e suas políticas, e contextos que levam em conta heranças do passado e esperanças em relação ao futuro.

No caso do Brasil, a leitura exibe um país que afundou na maior recessão econômica da história; ascensão de novo governante sob a decisão congressual de afastar a presidente; reformas – teto de gastos, trabalho, educação, terceirização etc – não suficientemente explicadas e entendidas pela sociedade; a maior investigação de corrupção em todos os tempos, envolvendo altos empresários, políticos e governantes; prisão do líder mais populista do país; tentativa de um partido de tornar vítima seu líder maior e assim retornar ao poder, após 13 anos de comando do país; indignação social contra a classe política; volta da polarização do discurso “nós e eles”; dispersão do campo político; falência de Estados e Municípios; extrema violência nos quatro cantos do país; e precarização dos serviços públicos.

Essa é a moldura por trás de quem se apresenta como pré-candidato. Sob a influência de traços do cenário, o eleitor faz suas primeiras escolhas. De um lado, um partido organizado, militância aguerrida, que se proclama responsável pelo “melhor governo que o Brasil já teve em todos os tempos”, esquecendo o maior rombo do Tesouro por ele praticado. O “Salvador da Pátria”, mesmo preso, continua sendo elevado aos píncaros da glória. O que explica sua margem histórica em torno de 30% nas pesquisas. De outro lado, emerge o contraponto, perfil de extrema direita, ex-militar com o discurso da ordem contra a bagunça, sob os lemas de “bandido bom é bandido morto”, “soldado bom é aquele que mata”.

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Jair Bolsonaro é empurrado para o alto pela temperatura ambiental, enquanto Lula continua impulsionado pela onda petista, apesar das águas que levam o petismo para a profundeza oceânica. Eles sustentariam seus índices até outubro? Lula está praticamente fora do jogo. Mesmo solto, deverá entrar na ficha-suja. O substituto não levaria seus votos. Bolsonaro representa indignação, mas não o voto mais consciente da maior parcela da classe média. Terá poucos segundos de TV.

Outras ondas carregam Joaquim Barbosa, Marina Silva e Ciro Gomes. Assim, é razoável supor que outros perfis poderão ascender na escada eleitoral. A decisão do eleitor muda segundo as circunstâncias. Hoje, os ventos do outono sopram para uns. Aguardemos a ventania do inverno e o sopro do verão.

 

Gaudêncio Torquato, jornalista, é professor titular da USP, consultor político e de comunicação – Twitter@gaudtorquato

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