Assine VEJA por R$2,00/semana
Imagem Blog

Noblat Materia seguir SEGUIR Seguindo Materia SEGUINDO

Por Coluna
O primeiro blog brasileiro com notícias e comentários diários sobre o que acontece na política. No ar desde 2004. Por Ricardo Noblat. Este conteúdo é exclusivo para assinantes.
Continua após publicidade

As Forças Armadas na era Bolsonaro

Parecem estar dentro da ordem, da regra do jogo e com espírito democrático.

Por Hubert Alquéres
Atualizado em 30 jul 2020, 20h10 - Publicado em 14 nov 2018, 12h00

Não são poucos os analistas a considerar a eleição de Jair Bolsonaro como o retorno dos militares ao poder. A esquerda que não se reciclou e nem fez o seu acerto de contas com a história vai mais longe. Alardeia que o fantasma de 1964 ronda o país, como se estivéssemos em marcha batida para uma “ditadura fascista”, de cunho militar.

O fato de Bolsonaro ter sido capitão do Exército, a escolha de generais da reserva como ministros do próximo governo e a eleição de alguns militares para o poder legislativo dariam fórum de verdade à tese de que os fardados estão de volta.

Como as aparências são a face enganosa das coisas, é preciso domar preconceitos para identificar qual será o papel das Forças Armadas durante os anos Bolsonaro. Nesse sentido, a entrevista do comandante do Exército, general Eduardo Villas Boas, ao jornal Folha de S.Paulo oferece algumas pistas.

Liderança inconteste da tropa, o general deixa claro que o estamento militar entendeu o quanto foi nocivo para a própria instituição os períodos em que intervieram na vida política nacional. Não é apenas o pensamento do atual alto comando, mas uma cultura que se formou desde do recuo organizado para os quartéis.

Sintomaticamente, o comandante do Exército lembrou que Bolsonaro saiu da caserna há trinta anos. Há uma questão crucial para a cadeia de comando das três armas. A linha divisória entre os quartéis e a política não pode ser ultrapassada. A politização da caserna inexoravelmente leva à corrosão da disciplina, da hierarquia, e estabelece a divisão no seu interior. Isto, querem evitar.

Continua após a publicidade

Ainda está fresca em sua memória o tempo em que generais bem postados no Almanaque do Exército eram “caroneados” quando da promoção para escalão superior. O critério da antiguidade era deixado de lado em função das afinidades e idiossincrasias com o presidente-militar.

A promoção de João Baptista Figueiredo a general de quatro estrelas, deixando para trás colegas mais antigos do que ele, apenas para suceder Ernesto Geisel, ilustra bem o quadro da época.

Tudo isto não autoriza concluir que o papel das Forças Armadas será o mesmo dos demais governos. Provavelmente o Alto Comando atuará como eminência parda de Bolsonaro, ou como poder moderador invisível.

A nomeação do general da reserva Augusto Heleno Pereira para o ministro do Gabinete de Segurança Institucional provavelmente corresponde a esse “novo papel” destinado às Forças Armadas. O próprio comandante do Exército disse que isto foi uma sugestão sua.

Continua após a publicidade

A questão é saber se, nas circunstâncias atuais, este novo papel é positivo ou não. Provavelmente sim. As Forças Armadas parecem estar dentro da ordem, da regra do jogo e com espírito democrático.

Elas devem se juntar a outros freios e contrapesos do ordenamento democrático, como o Parlamento e o Judiciário, no sentido de conter os impulsos autoritários e os rompantes do próximo presidente, ditados por motivos de fé ou ideológicos.

Hubert Alquéres é professor e membro do Conselho Estadual de Educação (SP). Lecionou na Escola Politécnica da USP e no Colégio Bandeirantes e foi secretário-adjunto de Educação do Governo do Estado de São Paulo 

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Domine o fato. Confie na fonte.

10 grandes marcas em uma única assinatura digital

MELHOR
OFERTA

Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 2,00/semana*

ou
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba Veja impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 39,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$96, equivalente a R$2 por semana.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.