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As aparências enganam!

Psicanálise da Vida Cotidiana

Por Carlos de Almeida Vieira
Atualizado em 11 abr 2018, 16h00 - Publicado em 11 abr 2018, 16h00

A nossa vida é cheia de “personagens” que representamos. Personagens às vezes verdadeiros, pois sempre se exercem funções necessárias para a sobrevivência.

O que quero frisar nesse escrito de hoje se refere às “personagens” que sempre encobrem a verdadeira natureza de cada um, pois não somos conscientes de que os criamos, apenas representamos para nos defender do verdadeiro Eu que somos.

Somos feitos de uma tessitura psíquica agradável, bondosa, generosa, amorosa; somos feitos também, desde o nascimento, de aspectos desagradáveis, às vezes perversos e destrutivos, que escondemos dos outros e principalmente de nós próprios – daí a criação de personagens encobridores da nossa essência.

O Homem, como costumo dizer, é “Deus e o Diabo na terra do sol” parafraseando nosso Glauber Rocha. Somos anjinhos e capetinhas desde a nossa infância. S. Freud chegou a afirmar que as crianças são polimorfas perversas, mas também desenvolveu, a partir da clínica, meios para civilizar e humanizar o “animal-humano” – isso é o processo da Cultura, possibilidade de preponderar o amor sobre o ódio, a violência pulsional, instintual inerentes.

Há uma passagem, na página 51, do livro de Albert Camus Esperança do Mundo que diz: “Um homem que procurou a vida ali, onde geralmente a colocam (casamento, posição, etc.), e que de repente percebe, lendo um catálogo de moda, o quanto ele tem sido estrangeiro à sua vida (a vida tal como ela é considerada nos catálogos de moda)”. Essa frase, dizem os críticos, já prenunciava seu livro O Estrangeiro, e mostra-nos que quantas qualidades psíquicas somos inconscientes delas, em sua maioria, dolorosas, e que para negá-las, criamos nossos personagens que encobrem nosso verdadeiro Ser.

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Vivemos hoje nessa falsidade individual e coletiva que a cada dia oferece um risco, um perigo à nossa própria sobrevivência. Acordos, conluios para o exercício do poder perverso, hostilidade e violência que sempre encontram “bodes expiatórios” no sentido de esconder agora, o adulto polimorfo perverso.

Estamos vivendo um momento crítico em nosso país e na humanidade, onde se faz mister várias mudanças de paradigmas, pois o Estado, a Família, a Política e o Judiciário estão se dissolvendo em sua função ética e humanista. Quem sabe, nossa saída, ou uma saída, seja o resgate da responsabilidade da Sociedade Civil. Precisamos de homens verdadeiros que assumam sua função social, é hora de não esperar por “salvadores”, e sim de reunir a força da sociedade civil, grupos de pensadores comprometidos com a Pátria, para que 2019 não se transforme no apocalipse que favorecerá movimentos radicais tanto de esquerda como de direita onde não se respeitarão os direitos humanos e acontecerá provavelmente a falência da nossa jovem democracia.

 

Carlos de Almeida Vieira é alagoano, residente em Brasília desde 1972. Médico, psicanalista, escritor, clarinetista amador, membro da Sociedade de Psicanálise de Brasília, Sociedade Brasileira de Psicanálise de São Paulo e da International Psychoanalytical Association 

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