Está mais para manobra diversionista, com o propósito de tirar a questão de foco e de ganhar tempo, o aparente recuo do presidente Jair Bolsonaro no seu desejo de indicar o filho Eduardo, o Zero Três, para embaixador do Brasil em Washington.
No mesmo dia em que disse que não irá expor o filho a “um fracasso”, ele falou por telefone com dois senadores pedindo voto para aprovar a indicação na Comissão de Relações Exteriores do Senado. Um garantiu seu voto. O outro desconversou.
O presidente da Comissão, Nelsinho Trad (PSD-MS), aparece como indeciso em listas publicadas em jornais. Mas é ele, de comum acordo com Bolsonaro, que caça senadores dispostos a conversarem com o presidente por telefone ou pessoalmente.
Em desabafo com colegas, o senador Tasso Jereissati (PSDB-CE) admitiu seu desconforto com o comportamento de Davi Alcolumbre (DEM-AP), presidente do Senado. Embora diga que é contra a indicação de Eduardo, Alcolumbre age para que ela seja aprovada.