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Por Coluna
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A vida, a morte e os impostos

“Somos obrigados a pagar e se não pagar, é bronca!"

Por Gustavo Krause
Atualizado em 30 jul 2020, 19h25 - Publicado em 22 set 2019, 11h00

Uma cena prosaica: café da manhã na véspera de um feriado prolongado. Família de classe média: o pai, pequeno empresário com garra de empreendedor; a mãe, trabalhadora da área de saúde, chefe de enfermagem de um grande hospital; os filhos, casal de adolescentes, estudantes da rede privada. Suco de laranja, sanduíche misto, uma xícara de café, cardápio para vencer um trânsito insuportável e atender ao gentil convite de fraterno amigo, proprietário de um flat na famosa praia de Porto de Galinhas.

De repente, o garoto, perguntou: “Pai, o que é reforma tributária, que tanto se fala na escola e nos noticiários”? Mesmo premido pelo tempo, ele não se fez de rogado e com paciência didática: “Aqui, sanduíche, pão, café, água, bujão de gás, eletricidade, a roupa que você está vestindo, automóvel, combustível, dinheiro ganho e gasto por nós, este apartamento, material da construção, enfim, tudo paga imposto e…muito, sendo que os pobres pagam proporcionalmente mais do que os ricos”.

“E a gente é obrigado a pagar? “Somos obrigados a pagar e se não pagar, é bronca! De tudo que se produz no Brasil, cerca de 35% vai para os governos”. O menino arregalou os olhos e exclamou: “Tudo isso! E o que é que o governo faz com tanto dinheiro? O pai não conteve a faísca de indignação e complementou a pergunta “Deveria fazer, mas não faz. Nos últimos trinta anos, só fez aumentar impostos/tributos e deveria retribuir à sociedade segurança, saúde, educação de boa qualidade, facilitar a vida de quem produz”. Aí foi a vez de a mocinha apimentar a conversa: “Por isso que a mãe diz que ‘tem que apertar o cinto’ por conta dos planos de saúde e das mensalidades escolares”.

“É isso aí meus filhos, concluiu o pai, os governos são eficientes em aumentar e cobrar impostos, ineficientes para prestar serviços à população, perdulários e, não poucas vezes, corruptos com o uso do dinheiro que pertence a todos nós”.

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Fez-se um silêncio constrangedor diante do tom da indignação do cidadão calmo e paciente. “E a reforma, Pai? “Não faltam propostas. Só espero que a emenda não venha pior do que o soneto”.

Interveio, então, a mulher, com pragmatismo e sabedoria: “Tudo pronto? Simbora, na vida, só existem duas coisas certas: a morte e os impostos, disse um célebre americano”.

Gustavo Krause foi ministro da Fazenda 

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