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Por Coluna
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A importância de ser-si-mesmo

Psicanálise da Vida Cotidiana

Por Carlos de Almeida Vieira
Atualizado em 12 jul 2018, 16h00 - Publicado em 12 jul 2018, 16h00

O ser humano é um ente em constante transformação, nunca está acabado, pronto, estabilizado para uma vida de constante felicidade. Aliás, a felicidade é um sentimento transitório e não uma meta a ser atingida para sempre. A personalidade de uma pessoa sempre está se fazendo, à medida que essa pessoa cuide do seu crescimento psíquico e elabore para o resto da vida a angústia de separação.

Nascemos fundidos em nossa mãe, mas espera-se que essa fusão fisiológica dê espaço para uma individuação, para um ser-si-mesmo, mesmo que a dependência-independência seja uma condição natural.

Em seu belíssimo e doloroso livro Vermelho Amargo, o nosso escritor Bartolomeu Campos de Queirós escreve sob forma de uma prosa-poética, uma elaboração dos lutos na vida de uma pessoa. “No princípio, se um de nós caía, a dor doía ligeiro. Um beijo seu curava a cabeça batida na terra, o dedo espremido na dobradiça da porta…Seu beijo de mãe era santo remédio. Ao machucar, pedia-se: mãe, beija aqui…. Vim ao mundo molhado pelo desenlace. A dor do parto é também de quem nasce. Todo parto decreta um pesaroso abandono. Nascer é afastar-se – em lágrimas – do paraíso, é condenar-se à liberdade”.

É o trabalho intenso, constante, necessário que uma pessoa precisa – a liberdade de ser. Liberdade que requer uma dialética do afastar-se e se juntar sempre. Somos como seres humanos, dependentes e sózinhos; então temos que cuidar para que os nossos relacionamentos não abortem a vida própria. Ter vida própria não é egoísmo patológico, é criar sempre um espaço de autonomia onde podemos tirar proveito da nossa auto-estima, da nossa condição de “solidão necessária”.

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O estar nascendo, durante toda nossa vida é se afastar do paraíso, como escreve Bartolomeu, pois como “anjos caídos”, todos nós somos condenados ou impulsionados para viver a vida na vida, e não querer uma vida eterna. Quando infante se é “impossivel deitar-me em meu próprio colo e acalentar-me. Não suportaria o peso de minha carga”, ainda nos mostra nosso escritor em sua obra. Daí a necessidade de poder ser-si-mesmo, poder ter uma individualidade, um crescimento psíquico, que possam criar nosso próprio colo para fazer face às angústias inerentes do ser humano.

Deixo aqui a dica para que o leitor possa ler e meditar os profundos insights que Bartolomeu mostra em suas elaborações. Gabriel Villela escreve na contracapa do livro: “Bartolomeu comanda sua escrita com mãos apolíneas e cérebro dionisíaco, produzindo uma fábula delicada… como arame farpado. Grande alma literária com coração santo”.

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