Assine VEJA por R$2,00/semana
Imagem Blog

Noblat Materia seguir SEGUIR Seguindo Materia SEGUINDO

Por Coluna
O primeiro blog brasileiro com notícias e comentários diários sobre o que acontece na política. No ar desde 2004. Por Ricardo Noblat. Este conteúdo é exclusivo para assinantes.
Continua após publicidade

A fogueira do capitão

As ruas ardem

Por Ricardo Noblat
Atualizado em 30 jul 2020, 19h44 - Publicado em 16 Maio 2019, 07h00

E assim, 2019 anos depois do nascimento do Senhor, o Rabi de Nazaré, transcorridos apenas 135 dias desde a posse do ex-capitão Jair Messias Bolsonaro na presidência da República Federativa do Brasil, o eixo da política sofreu forte mudança nesta terra onde se plantando corre-se o risco de colher o inesperado.

Se a Era PT no governo se divide entre antes e depois de junho de 2013 quando multidões sem comando ocuparam as ruas para protestar indistintamente contra tudo e contra todos, dê-se por estabelecido que a Era do Mito será no futuro estudada pelos historiadores levando-se em conta o antes e o depois da data de ontem.

A ninguém foi dado o dom de antecipar que as manifestações contra os cortes de verbas para a Educação atrairiam cerca de 1 milhão de pessoas predominantemente jovens às ruas de todas as capitais e grandes cidades do país – nem mesmo à Agência Brasileira de Informações (ABIN), uma espécie de Serviço Secreto do governo.

Estimava-se que elas seriam se tanto de médio porte, concentradas nas capitais, e destinadas a reclamarem por mais dinheiro para a Educação. Pois bem: multidões desfilaram em mais de 200 cidades de todos os Estados. E até em municípios pequenos como Felipe Guerra, no Rio Grande do Norte, com menos de 6 mil habitantes.

Continua após a publicidade

A Educação serviu de espoleta para levar às ruas estudantes, professores e pais de alunos não só das universidades públicas como das particulares. Sem falar de estudantes secundaristas preocupados com o que poderá acontecer nos próximos anos. Para o governo, melhor seria que tivesse sido só a Educação o motivo de tudo.

Mas não. Lembra-se de um cartaz de junho de 2013 que dizia “não é somente por 20 centavos”? Referia-se ao aumento no preço das passagens de ônibus no Rio e em São Paulo. Não foi só pelo corte de 30% do dinheiro que banca despesas de custeio das universidades com luz e água, segurança e limpeza que as ruas se encheram de gente.

Foi também por causa da reforma da Previdência, da política de armamento da população, do acesso facilitado ao porte de armas e da falta de reação da economia a todos os estímulos que recebe para que cresça. Políticos e militantes de esquerda tentaram pegar carona nas manifestações. O governo preferiu hostilizar os manifestantes.

Continua após a publicidade

Se a presidente Dilma Rousseff, em junho de 2013, saudou, perplexa, o que viu e acenou com providências jamais tomadas para amenizar a insatisfação geral, o presidente Jair Bolsonaro, dos Estados Unidos onde se encontrava atrás de um prêmio, fez justo o contrário. Chamou os manifestantes de imbecis e de “idiotas úteis”.

Aqui, o ministro Onyx Lorenzoni, da Casa Civil, comparou o corte na Educação ao corte do churrasco e da cervejinha do fim de semana pelo chefe de família que perdeu o emprego. E o Delegado Waldir, líder do PSL na Câmara, disse que os manifestantes representavam uma minoria de “baderneiros” e de “fumadores de maconha”.

O capitão acendeu a fogueira que pode incinerar o seu governo.

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Domine o fato. Confie na fonte.

10 grandes marcas em uma única assinatura digital

MELHOR
OFERTA

Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 2,00/semana*

ou
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba Veja impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 39,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$96, equivalente a R$2 por semana.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.