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Por Coluna
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A Cura Hetero

O descondicionamento hetero será livre, sem modelo. Cada um escolhe o seu.

Por Tânia Fusco
Atualizado em 28 ago 2018, 14h00 - Publicado em 28 ago 2018, 14h00

Joana cansou de ser hetero num mundo que é cada vez menos hetero e mais repressor. Careta.

Refletiu, constatou a fartura e a qualidade de pessoas no mercado dos homos de várias designações e concluiu: precisa passar por um processo de descondicionamento da orientação hetero.

Principalmente, tem certeza que é mesmo o-ri-en-ta-ção. E não quer mais essa limitação, que avalia como socialmente imposta.

Ana batizou: O que você quer, então, é a cura hetero?

Ferveu. E o grupo – ainda hetero, com meninas de 30 a 60 – virou roda de palpite para o desenho da campanha pró Cura Hetero.

Definiu-se o objetivo da cura: alcançar a pansexualidade, que é a perfeição. A designação já existe. Mas, se adotada como padrão, pode simplificar tudo – do desejo, opção ou prática sexual até o registro de nascimento.

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No modo pan todo mundo será só ser humano. Acaba a classificação por gênero. Ninguém terá mais no registro as nominações mulher ou homem. Será gente e pronto.

As organizadoras ressaltam: a cura hetero não será um processo opressivo e obrigatório, mas decisão pessoal e intrasferível, sem envolver, pastor, bispo, padre, soldado, capitão, polícia ou ladrão, muito menos chicote ou manicômio.

O descondicionamento hetero será livre, sem modelo. Cada um escolhe o seu. Pode ser, por exemplo, com a repetição do mantra: não sou e nem quero ser hetero, mais a prática de um olhar aberto, pan, para o mundo.

Democrática, a campanha também não se propõe combater ou cassar qualquer das designações dos campos afetivos, sexuais e de comportamento.

Quem preferir continuar se identificando como cisgênero, agênero, gênero fluido, transgênero, não binário, bi, genderqueer, drag queem, drag king ou crossdresser pode tocar sua vida em paz.

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No mundo pan, haverá espaço até para quem, à antiga, preferir continuar se definindo como heterossexual. Não haverá mais espaço para discriminações.

A cura hetero marcará o fim do apartheid por aparência, causa ou razão afetiva e sexual. Não mais banheiros e provadores distintos. Não mais roupinhas para uns e para outras.

Nada mais de armários fechados a sete chaves uma vida inteira. A cura hetero, prometem as idealizadoras, vai apenas tirar a peneira do sol e fazer entrar mais luz e mais gente no lado bom e do bem da vida – sem pulseirinha de camarote fechado.

Simples. Take off your social mask.

Tânia Fusco é jornalista, mineira, observadora, curiosa, risonha e palpiteira, mãe de três filhos, avó de três netos. Vive em Brasília. Às terças escreve sobre comportamentos e coisinhas do cotidiano – relevantes ou nem tanto 

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