Foi no que deu a candidatura ao Senado da ex-presidente Dilma Rousseff pelo PT de Minas Gerais. Antes dela havia um acordo quase feito entre o PT e o MDB de apoio à reeleição do governador Fernando Pimentel. Uma das vagas ao Senado na chapa de Pimentel caberia ao MDB. Fora outros lugares para deputados e eventuais penduricalhos como a nomeação de um nome do MDB para o Tribunal de Contas do Estado.
Aí Lula chamou Pimentel e disse: uma das duas vagas ao Senado na sua chapa será de Dilma. Pimentel concordou. O MDB rompeu com ele. E a confusão instalou-se na política mineira. A maneira de restabelecer a paz seria Dilma trocar a candidatura ao Senado por outra à Câmara dos Deputados. Aí foi ela que não quis. Jamais admitiria subir no mesmo palanque com o MDB que votara a favor do seu impeachment.
A convenção do MDB mineiro no útimo domingo começou com o partido tendo um pé de volta na chapa de Pimentel e outro na chapa de Márcio Lacerda (PSB), ex-prefeito de Belo Horizonte, candidato ao governo, mas impedido de ser por seu partido que se declarou neutro na eleição presidencial, mas a favor em Minas da reeleição de Pimentel. Resultado até agora: não se sabe com quem o MDB irá.
Corre a história de duas atas da convenção – uma que selaria a aliança com Pimental, outra a adesão a Lacerda. Furioso, um deputado do MDB ameaçou chamar a política para apurar direito a história.
O nó só será desatado pela Justiça. Uma coisa será a Justiça dizer que Lacerda poderá ser candidato mesmo contra a decisão do PSB – uma aberração jurídica. Outra que não será. Não só o MDB aguarda uma resposta, também outros partidos que poderão mais tarde trocar de lado. Sim, o prazo para que se faça coligações terminou em todos os Estados, mas em Minas, não.
Minas está onde sempre esteve. Tudo pode acontecer, como observou certa vez o ex-senador Marco Maciel (DEM-PE) – inclusive nada. Quanto a Dilma, confirma-se o que dizem adversários e admiradores dela: onde Dilma se intromete, tudo se desarruma.