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Variante delta elimina possibilidade de imunidade coletiva via vacinas

Cepa dominante acabou com as rivais e com a esperança de que populações altamente vacinadas poderiam vencer a pandemia

Por Vilma Gryzinski 12 ago 2021, 08h05

“A batalha das variantes nos Estados Unidos acabou. A delta ganhou”. Assim o Washington Post resumiu a incrível ascensão da mutação que surgiu na Índia e eliminou as “concorrentes”.

Em maio, a delta era responsável por 1% das infecções em território americano. No fim de julho, o índice batia em 93,4%. Na França, o índice é de 90,4%

“Em poucas semanas, a variante delta mudou os cálculos sobre o que é necessário para acabar com a pandemia”, disse o Post.

O virologista Benjamin Neuman fez uma comparação fácil de entender – e de arrepiar: “É como aquele  momento em Jurassic Park em que você entende que os dinossauros estão todos soltos de novo”.

A propagação da delta hoje se estende mais de 130 países. 

“O vírus em si, da forma como começou, é perigoso e altamente transmissível. A variante delta é mais ainda. É duas vezes mais transmissível do que a cepa ancestral e 50% mais transmissível do que a cepa alfa”, comparou Maria Van Kerkhove, epidemiologista da Organização Mundial de Saúde.

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A alfa emergiu na Inglaterra, onde a delta também se tornou dominante, provocando  agora avaliações notavelmente pessimistas.

Andrew Pollard, diretor do Grupo de Vacina de Oxford, disse que, como a vacinação não consegue barrar a variante, a ideia de que quando 70% ou mais da população estivesse coberta, seria atingido o limiar da imunização coletiva, se tornou “mítica”.

“O problema com esse vírus é que ele não é o sarampo. Se 95% das pessoas estão vacinadas contra o sarampo, o vírus não consegue se transmitir. Mas a variante delta continua a infectar pessoas que foram vacinadas”.

“Não temos nada que realmente consiga interromper esta transmissão”.

A situação não é inteiramente desesperadora porque as vacinas, se não conseguem acabar com os contágios, são eficazes para diminuí-los. Um estudo do Imperial College London indica que, na faixa dos plenamente vacinados entre 18 e 64 anos, a probabilidade de contágio é quase 50% menor.

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Mas a queda na proteção é suficientemente acentuada para que alguns especialistas digam que o mundo vive hoje uma pandemia da variante delta. Segundo um estudo com mais de 50 mil pacientes da renomada rede de hospitais Mayo, a eficácia da vacina da Moderna caiu para 76% e a da Pfizer para 42% (relembrando: a gravidade da doença entre os vacinados é significativamente amenizada).

A delta é chamada de “variante múltipla”, misturando mutações da cepa californiana e da sul-africana, entre outras. Todas elas ajudam o coronavírus a “grudar” mais nas células e assim se propagar mais facilmente – o imperativo biológico de todos os vírus.

Estranhamente, como tantas outras coisas nessa pandemia, na Índia, o berço da delta, a pandemia está passando por um recuo notável. Do pico de 4.329 mortes em 18 de maio, o número caiu par 617 na sexta-feira passada. Ao todo, o país já teve 430 mil mortes – um dado que é visto com relutância, mas é o único que existe.

Antes que comecem as especulações: no começo de junho, o Ministério da Saúde indiano retirou a recomendação sobre o uso de ivermectina e doxiciclina para casos assintomáticos ou brandos da doença – o que não impede que governos estaduais continuem com a medicação. 

A Índia tem 28 estados e mais de 1,3 bilhão de habitantes, um número estratosférico que antecipava uma tragédia de proporções dantescas quando a epidemia tomou o país, considerando-se inclusive a impossibilidade de que o lockdown decretado no fim de março fosse inteiramente acatado.

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O caso indiano dá motivos de esperanças na guerra a um inimigo insidioso como o novo coronavírus, cheio de truques e mutações que causam desalento quando o momento deveria ser de otimismo, indicando que talvez estejamos fadados a conviver com ele durante muito tempo.

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