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Sete notícias para dar esperança no meio da pandemia

Franceses já voltaram a pensar nas férias e o diretor do laboratório com a vacina mais promissora do momento diz: “Vamos vencer”

Por Vilma Gryzinski 19 Maio 2020, 07h20

Acordar de manhã e checar o Worldometer tem sido uma tortura, ainda mais quando os números de mortos pelo novo vírus aumentavam sem parar. E mesmo quando diminuíam, arrastavam-se durante semanas em faixas insuportáveis.

Ontem, a Itália chegou ao fim do dia contabilizando 99 mortes – abaixo de cem pela primeira vez desde 9 de março. A Espanha, tão cruelmente castigada, teve 59.

Para o Brasil, que ainda está na fase ascendente, pode trazer algum alívio o fato de confirmar que “a coisa passa”, por mais sofrimento que traga e a queda seja angustiantemente lenta.

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Outras boas notícias para todos:

1- Melhor ainda foi ouvir que a Moderna, empresa de biotecnologia com sede em Cambridge, transpôs um marco vital ao proteger da nova doença cinco de oito voluntários que participam dos testes.

As inoculações geraram respostas do sistema imune, com um nível de anticorpos similar aos das pessoas que tiveram o novo coronavírus.

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A pesquisa, que é conduzida em parceria com o Instituto Nacional de Alergia e Doenças Infecciosas, vai se desdobrar em ramos, para acelerar o processo. Um deles testará doses de 50 mg, o dobro do usado nos primeiros voluntários.

Outro ramo, bem ampliado, passará para a fase de testes em maiores quantidades de voluntários, 600. Em julho, começa a fase III.

O nome da vacina é mRNA-1273. 

A Moderna é focada em pesquisas do mRNA, ou o RNA mensageiro, o que orienta as sínteses de proteínas. Para a vacina, está usando uma tecnologia revolucionária, nunca tentada antes nesses casos

A vacina ainda está na fase I, mas já bastou para ter seus resultados saudados como “espantosamente bons” por Donald Trump.

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Se der certo, Trump poderá chamá-la de “sua” vacina, visto que o Departamento de Pesquisa e Desenvolvimento de Biomédicos avançados está despejando 483 milhões de dólares na pesquisa.

“Vamos vencer”, disse um pouco mais moderadamente, o espanhol Juan Andrés, diretor técnico da Moderna.

2- Donald Trump está tomando hidroxicloroquina como medicamento preventivo.

Se for uma droga perigosa, com graves riscos para a saúde, seus inimigos irão comemorar. 

Se for inócua, o caso nem será mais lembrado de forma geral. Mas poucos americanos acima do peso – e quanto são – esquecerão o que a presidente da Câmara, Nancy Pelosi, macérrima aos 80 anos, disse:

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“Não acho uma boa ideia, principalmente com a idade dele e, como dizem, na sua faixa de peso, que é de obeso mórbido”.

Atenção para risco de ridículo: mesmo em se tratando de Donald Trump, é estapafúrdio estabelecer um elo entre o entusiasmo do presidente pela cloroquina e ações da família num fundo mútuo com participação de papeis da Sanofi.

O grande laboratório francês produz o medicamento contra a malária, com o nome fantasia de Plaquenil. E também está na corrida para a vacina contra novo coronavírus. Se conseguir, talvez a família Trump lamente ter apenas menos de três mil dólares no fundo envolvido.

3- Pacotão de 600 bilhões de euros para salvar da falência os “sulistas” termalmente endividados – Itália e Espanha, principalmente.

Angela Merkel e Mark Rutter fizeram o papel de durões para justificar o apelido de “Nova Liga Hanseática”, mas conseguiram uma fórmula satisfatória, sabendo muito bem que estão amarrados de pés e mãos aos vizinhos encrencados e à União Europeia de modo geral.

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Que bolsa não gosta de pacote de 600 bilhões de euros?

Junto com a notícia da vacina da Moderna, foi um dia de oásis.

4- As férias voltam a ser tema de reportagens nos canais da televisão francesa. Normalmente, sem a praga do vírus, seria praticamente o único, nessa época do ano em que todo mundo só pensa em julho e agosto.

Com o setor do turismo afundando tragicamente, o governo francês jogo um salva-vidas. Acompanhado de guarda-sol e toalha de praia. 

A obrigatoriedade de se prender a um raio de cem quilômetros da própria residência vai cair para dar tempo de todo mundo pegar uma cor.

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Os franceses poderão se movimentar livremente dentro de suas fronteiras para desfrutar as sacrossantas férias de verão. 

Será um pouco como nos anos oitenta, quando François Mitterrand quase destruiu o país, com nacionalizações, impostos suicidas e a proibição de comprar divisas estrangeiras – tudo revertido quando viu o tamanho da besteira.

O fluxo interno de turistas deve compensar o externo: as fronteiras continuam fechadas a estrangeiros. E o que não falta é lugar bonito para visitar na França.

Outra ideia em estudos para salvar as férias: abrir um “corredor de férias” que possa levar cidadãos britânicos a países turísticos com baixos índices de contaminação, como Croácia e Grécia, sem que seja obrigados a fazer catorze dias de quarentena na volta.

A quarentena de duas semanas está para ser anunciada pelo governo britânico, com o risco de ser o golpe de misericórdia nas empresas aéreas. 

Uma ironia, pois as viagens aéreas baratas, que dependem de passageiros espremidos com pouca bagagem, nasceram na Grã-Bretanha e podem morrer nela. 

A “ponte aérea” surgiu como uma espécie de salva-vidas. Inclusive para o próprio turismo britânico.

Igrejas, templos e outros locais de culto estão reabrindo na França.

Com ou sem fé, igrejas fechadas passam uma imagem deprimente para o entorno social e entristecem o espírito

5- Mais boa notícias sobre crianças. Um novo estudo, feito na Austrália, indicou que as escolas não são focos de propagação da doença.

A excepcionalidade das crianças no caso do novo vírus já vem sendo muito pesquisada, mas o estudo australiano é o primeiro a focar especificamente em escolas de primeiro e segundo grau.

Foi analisado um grupo de 18 professores e alunos contagiados em 15 escolas da Austrália. Ao todo, tiveram contatos com 853, mas apenas duas foram infectadas.

Pode ajudar a acalmar o medo dos pais por toda a Europa, onde a volta gradual às aulas é acompanhada com o coração na mão.

O único país importante onde as aulas não estão sendo retomadas é o Reino Unidos, mas isso é questão do sindicato dos professores para marcar posição política.

E os alunos que se danem. Onde foi que já vimos isso?

6- O famoso número R caiu para 0,4 em Londres, segundo cálculo do Public Health Institute e da Universidade de Cambridge.

O número de novos casos – que chegou a espantosos 213 mil por dia em 23 de março passado – cai pela metade a cada dia.

O número de mortes, a cada semana.

7- Um estudo preliminar feito em Nova York indicou que 99% dos infectados desenvolvem anticorpos.

Ou seja, não só estão imunes como aumentam as chances de desenvolvimento da imunidade de grupo. Combinada a uma eventual vacina, ela condenaria a praga do coronavírus à irrelevância.

O estudo envolveu 1.343 casos e foi feito pela Escola de Medicina do Mount Sinai, um dos hospitais mais elitistas de Nova York, especializado em tratamentos de câncer. 

O pico de produção de anticorpos acontece 15 dias depois do desaparecimento dos sintomas. Por isso, em alguns casos, pacientes curados não pareciam ter desenvolvido a imunidade.

Quanto tempo dura a imunidade? Impossível saber, visto que a doença está na infância. 

Mas é mais uma informação esperançosa baseada em fatos e não em expectativas.

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