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Por Vilma Gryzinski
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Princesa de Dubai enganou xeque com guarda-costas

A humilhação pública que o poderoso Mohammed al-Maktoum pagou milhões para evitar acabou acontecendo em julgamento de guarda em Londres

Por Vilma Gryzinski Atualizado em 6 mar 2020, 10h26 - Publicado em 6 mar 2020, 10h19

“Papai está bravo com a mamãe. Vai mandar ela para a cadeia”.

Foi assim, através de um segurança, que o pequeno Zayed soube que a situação familiar estava feia nos palácios da família. Era 11 de março do ano passado.

Quatro dias depois, “mamãe”, a princesa Haya, filha do falecido rei Hussein da Jordânia e sexta esposa da coleção do xeque de Dubai, fugiu do país.

Levou 32 milhões de dólares e os dois filhos, Zayed e Jalila, de onze anos. Primeiro, fugiu para a Alemanha e, dali, para a Inglaterra.

Foi um escândalo que tumultuou Dubai e os outros riquíssimos emirados do Golfo, as reluzentes e ultraconservadoras cidades-estados que forma a União dos Emirados Árabes, dos quais o xeque Mohammed al-Maktoum é vice-presidente e primeiro-ministro.

Um princesa árabe, tão inferior quanto qualquer outra mulher em países onde predominam as leis muçulmanas tradicionais, fugir e ainda por cima levar os filhos, propriedade do pai, já é quase inimaginável.

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Pior ainda o motivo que já circulava pelos corredores de mármore e pátios com fontes de prata dos palácios do Golfo, mas agora foi exposto em público em detalhes.

Haya tinha um caso com o segurança Russell Flowers, ex-militar de 35 anos. O “relacionamento impróprio” já tinha sido mencionado, mas com o processo na Justiça pela guarda dos filhos chegando ao fim, tudo se torna oficial.

Flowers não é exatamente um Kevin Costner, que fez o papel de guarda-costas de Whitney Houston, no filme do mesmo nome.

Mas está muito, muito acima do xeque de 70 anos que tinge cabelos e barba de preto, usa sapatos com três camadas extras na sola para parecer um pouco mais alto e tem uma expressão permanentemente contraída.

Haya, que estudou em Oxford, foi competidora olímpica em hipismo e assumiu com entusiasmo o papel de “esposa pública”, a mulher com quem Maktoum desfilava em eventos sociais, principalmente do mundo equestre, enquanto as outras ficavam trancadas na sua coleção de palácios.

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“Nós nos entendemos tanto que às vezes nem precisamos usar palavras”, elogiou a princesa, com muita nobreza – a família do pai considera-se descendente direta do profeta Maomé – e pouco dinheiro.

A jordaniana de hábitos ocidentais não foi nada bem recebida pela família do marido. Moderna demais, metida demais, independente demais.

Em algum momento, as coisas também começaram a dar errado entre o casal. Talvez o fato de que o xeque fazia um rodízio constante de esposas, aumentando constantemente o plantel de filhos – entre 25 e 30, calcula-se.

“Há muito tempo não tinham relacionamento íntimo”, disse o juiz inglês, em outra humilhação pública para o xeque.

E Russell Flowers estava no pedaço. Funcionário de uma empresa de segurança, foi ficando íntimo de Haya.

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Uma intimidade recompensada por presentes como uma Range Rover de primeira linha, um caríssimo fuzil de caça, ternos de Saville Row e até uma casa nova pertinho do palacete de campo do xeque de Dubai quando se separou da mulher.

De várias maneiras, o caso reproduz a paixão da princesa Diana por Barry Mannakee, confessada por ela em gravações que só foram divulgadas depois de sua morte.

“Eu largaria tudo por ele”, diz Diana.

Mannakee foi guarda-costas de Diana, como membro do Serviço de Segurança Real, por apenas um ano.

Em 1986, a intimidade ficou flagrante demais e ele foi transferido para o setor de segurança de diplomatas. Em 1987, morreu num acidente de moto.

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Ia na garupa de um amigo, também oficial, que bateu de frente num carro. Diana passou o resto da vida certa de que o acidente tinha sido “arranjado”.

Mais do que isso, chegou a dizer que a mesma coisa poderia acontecer com ela. Dá para imaginar como os conspiracionistas ficam loucos com essa história.

Os advogados de Haya montaram o quadro de uma “campanha de intimidação e medo” feita contra ela pelo marido.

As maiores evidências foram os casos das duas filhas do xeque Maktoum que tentaram fugir para ter uma vida independente, mas foram literalmente capturadas de volta. Uma delas, em pleno território britânico, um escândalo aparentemente “relevado” por motivos de força maior.

Bem maior. A Grã-Bretanha tem relações comerciais vitais com os emirados.

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Como dono do maior haras do mundo, o Godolphin, o xeque Maktoum frequenta os principais eventos hípicos da Inglaterra ao lado da rainha Elizabeth.

A corte só não considerou haver provas suficientes de outra alegação da princesa Haya: o marido estava tramando o casamento de Jalila com ninguém menos que Mohammed Bin Salman, o príncipe herdeiro e monarca na prática da Arábia Saudita.

Inacreditável? Casamentos entre membros das tribos dominantes na região são comuns, para selar alianças.

Mulheres famosas que se apaixonam pelo segurança são um clássico. Um dos casos mais escandalosos dos últimos tempos foi o da modelo alemã Heidi Klum.

O ex-marido dela, o cantor Seal, disse um frase cortantemente clássica, sobre o caso da modelo com o malhadão segurança: “Eu esperava que Heidi tivesse um pouco mais de classe e pelo menos esperasse que nós nos separássemos antes de decidir fornicar com os empregados”.

A dor de cotovelo, por assim dizer, é universal.

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