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Passeio espacial de Bezos e mulher de 82 anos dá arrepio de emoção

Podem criticar à vontade, mas a incursão do homem mais rico do mundo e da pessoa mais idosa a ir ao espaço tem grandeza de momento histórico

Por Vilma Gryzinski 21 jul 2021, 08h42

Competição de egos, foguete fálico, chapéu ridículo, jogada comercial, capricho de ultrabilionário e ainda tudo pago por nós (os que já compramos alguma coisa que seja pela Amazon, como ele mesmo disse).

Mas o voo suborbital sem piloto de Jeff Bezos e seu original trio de acompanhantes – o irmão, um garoto holandês de 18 anos e a veterana aviadora Wally Funk – trouxe um gostinho dos grandes momentos que ficam na memória da humanidade.

Sonhar, batalhar, arrematar a maior fortuna do planeta e voar até a linha de Karman, a 100 quilômetros da superfície terrestre, aproveitando rápidos minutos de gravidade zero são elementos que escrevem a história dos grandes visionários.

Bezos tem ideias muito claras sobre o que quer fazer – levar gente para o espaço, ganhar dinheiro com isso e “dar às pessoas a chance de ver o que nós acabamos de ver, que é esta Terra tão frágil e tão linda que não dá para imaginar… talvez tenhamos que mandar um poeta lá para cima, alguém que saiba melhor como descrevê-la”.

Na ausência de um poeta, por enquanto, Bezos também teve o gesto de grandeza – e de esperteza, claro – de convidar Wally Funk. Na juventude, ela fez parte do grupo de 19 mulheres reunidas pela Nasa para treinar como astronautas. O desdobramento natural, que seria ir para o espaço, nunca aconteceu.

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Só agora, aos 82 anos, teve a chance de fazer o voo do qual saiu dizendo que quer voltar imediatamente. 

Reunir a pessoa mais jovem e a mais idosa a voar nunca cápsula até o limite do espaço foi um lance que mostrou o senso de oportunidade de Bezos. Talvez exista aí também a influência de sua companheira, Lauren Sanchez, que é piloto de helicóptero e tem uma empresa de filmagens aéreas para cinema.

Wally Funk tirou o brevê de piloto na adolescência e, segundo diz, passou a vida casada com coisas que voam. Na época do treinamento como astronauta, bateu o recorde no teste de privação sensorial: passou dez horas e 35 minutos num tanque de água no breu total.

Frustrada como astronauta – só vinte anos depois  mulheres tiveram a chance de ir para o espaço – , passou a ser instrutora de voo e inspetora de segurança. 

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Voar na ponta de um foguete não tripulado até o limite do espaço é um atestado de autoconfiança e da incrível capacidade de resistência de idosos como a rainha Elizabeth, firme no saltinho e na direção de seu Land Rover aos 95 anos, ou o papa Francisco, operado de diverticulite aos 84 anos, mas sem intenção de cancelar duas viagens internacionais marcadas para este ano.

Ver idosos no comando de engrenagens altamente complexas como a monarquia inglesa ou a Igreja católica – sem falar na Casa Branca, onde Joe Biden, aos 78 anos, desafia as previsões de deterioração cognitiva – dá alento para os que querem envelhecer sem ser tratados, com afetuoso e invertido paternalismo, como crianças grandes, incapazes de tomar suas próprias decisões.

O voo bancado por Bezos custou 5,5 bilhões de dólares, uma ninharia para quem tem mais de 200 bilhões de fortuna pessoal.

Muita gente não gosta dele simplesmente por ser o homem mais rico do mundo e não dar nenhuma moleza aos que trabalham para ele – mais de um milhão de pessoas na Amazon.

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Usar o próprio dinheiro para comprar um lugar na história da aventura espacial pode não ser simpático para muitos. Mas, por abrir um dos espaços mais exclusivos de todos os tempos para uma mulher de 82 anos, pode até ser perdoado pelo chapelão que usou na entrevista depois do voo histórico. Até os caubóis espaciais têm seus momentos de fraqueza.

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