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Oposicionista presa: mais uma na conta de Putin e companhia

Alexei Navalny saiu do coma na Alemanha e Maria Kolesnikova entrou na cadeia em Belarus, estado vassalo da Rússia - e tudo lembra a velha URSS

Por Vilma Gryzinski Atualizado em 8 set 2020, 09h22 - Publicado em 8 set 2020, 07h31

Vladimir Putin e seus minions, dos quais o mais folclórico é o bielorusso Alexander Lukashenko, estão vivendo dias arriscados. Para Putin, o risco maior é de constrangimento. 

Alexei Navalny saiu do coma induzido no qual estava desde ser envenenado com o agente químico Novichok e pode, eventualmente, relembrar detalhes de como sofreu o atentado político.

Vivo e consciente na Alemanha, onde recebe tratamento médico, ele é um problema maior para seus anfitriões: Angela Merkel tem que achar um meio de condenar, com fatos concretos, a barbárie do envenenamento de um oposicionista, sem colocar em risco o gigantesco projeto do gasoduto que aumentará a injeção de energia limpa num país com poucos recursos energéticos.

O despertar de Navalny, ainda sem informações sobre as sequelas, coincide com a captura de Maria Kolesnikova, alçada a principal figura oposicionista da Belarus.

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Os protestos em massa no país são uma espécie de prévia do que poderia um dia acontecer na Rússia: um líder com grande apoio popular eterniza-se no poder e vai gastando seu capital político, restando-lhe a máquina de repressão – e as costas quentes, em virtude da relação de vassalagem com a Rússia ‘putinesca’.

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Maria Kolesnikova é uma das três mulheres que se viram alçadas a líderes da oposição de um movimento que foi crescendo espontaneamente, com a raiva despertada pela cara de pau com que Lukashenko fraudou a última eleição presidencial e ainda se deu por vencedor com 80% dos votos. As outras duas são esposas de candidatos que precisaram fugir.

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Kolesnikova, que é flautista e maestrina, foi dirigir a campanha de um dos oposicionistas que fugiram por causa da repressão e acabou como o nome mais conhecido, ainda no país, do movimento dissidente relativamente espontâneo. Na segunda-feira, 7, testemunhas viram quando foi capturada por agentes em trajes civis. Agora, “reapareceu”, detida, na fronteira com a Ucrânia.

Em vários sentidos, Kolesnikova e os outros oposicionistas ameaçados também estão na conta de Putin: Lukashenko, hoje, vive do apoio da Mãe Rússia. A interferência chega ao ponto em que jornalistas bielorrussos da televisão oficial que entraram em greve contam ter sido substituídos põe equipes vindas da Rússia.

País que muda de nome geralmente tem uma história complicada e a Belarus, antiga Bielorrússia – ou Rússia Branca, uma referência ao fato de nunca ter sido invadida pelos mongóis, como vários vizinhos – pagou seu preço em sangue.

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Foi anexada pela Polônia, transformada em satélite pela União Soviética, controlada oficialmente pelos soviéticos no começo da guerra e invadida pela Alemanha nazista, sobrevivendo com terra arrasada numa escala quase inimaginável.

Quando o comunismo, contrariando todas as expectativas, desmoronou na Europa Oriental, o país virou exceção: manteve, já como república independente, o mesmo esquema de economia estatizada. Evitou a derrocada econômica que foi tão terrível na Rússia – mas também não se revitalizou como aconteceu com outros ex-satélites.

Ex—líder da juventude comunista e oficial do Exército soviético, Lukashenko colocou-se à sombra da grande Rússia e se transformou num ditador de opereta, do tipo que toma decisões idiossincráticas e frauda eleições consistentemente para se perpetuar no poder.

E, se der, transmiti-lo ao filho de 16 anos, Nikolai, que arrasta para compromissos oficiais desde pequeno e não tem mãe conhecida. Kolia toca piano, posa com armas e, como o pai, joga hóquei no gelo. Faz sucesso entre as meninas.

Com o apoio de Putin, Lukashenko dificilmente será removido do poder. As manifestações de protesto são enormes e pacíficas, sem nada do estilo maximalista que derrubou o governo pró-russo na Ucrânia.

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A Ucrânia, justamente, junto com a Polônia e os países bálticos – todos os que se sentem mais ameaçados pela Rússia – clama por sanções da União Europeia contra Lukashenko pela palhaçada eleitoral.

Alemanha, França, Itália e Holanda são contra. Ou seja, não haverá sanções mirando o chefão. Exceto, talvez, se as “mulheres contra Lukashenko” começarem a aparecer envenenadas depois do chá letal com assinatura russa.

Está aí, quase que miraculosamente vivo, Alexei Navalny para provar que imensas reservas de gás praticamente dão imunidade a Vladimir Putin. E e seus minions, como Lukashenko, aproveitam.

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