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O mundo de Biden: assessora econômica que quer falência de bancos

O presidente perde a chance de se livrar da esquerdista radical Saule Omarova, a indicada para fiscalizar um sistema financeiro cuja destruição ela prega

Por Vilma Gryzinski 18 nov 2021, 07h54

Você acredita que o presidente Joe Biden goza de boa saúde? À pergunta feita por pesquisadores, 50% dos entrevistados responderam que não. É praticamente igual o número de americanos  – 48% – que desconfiam da sua acuidade mental.

Soa como exagero. Para um homem de 78 anos, Biden está fazendo um bocado de coisas. Inclusive as erradas, como perder a oportunidade de se livrar de uma de suas indicações mais  malucas, a de Saule Omarova, uma professora de direito cheia de ideias tortas.

A chance apareceu quando aflorou que em 1995 foi detida por furto de loja, em na cidade de Madison, Wisconsin. Como era primária, o processo acabou arquivado. Foi tudo resultado de um “mal entendido”, defendeu a Casa Branca.

Pode ser que, agora, Omarova seja gentilmente persuadida a retirar o seu nome como diretora da Controladoria da Moeda, o que tranquilizaria não apenas os congressistas republicanos apavorados com as ideias dela, mas também democratas mais sensatos – e em posições mais sensíveis para a reeleição na eleição do ano que vem.

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Saule Omarova nasceu no Cazaquistão e estudou direito na Universidade de Moscou. Deveria, portanto, ser um farol de oposição a ideias dirigistas na economia, para não mencionar o conjunto da obra do comunismo, formidavelmente fracassado até o ponto da autoextinção.

É possível que, em contato com o esquerdismo chique vigente no mundo acadêmico, inclusive na Universidade de Cornell, onde leciona, Saule Omarova tenha dado outra volta no pêndulo.

Algumas de suas declarações e ideias são simplesmente espantosas. Ela prega o fim do Federal Reserve, o banco central americano, na forma como existe hoje. Ao mesmo tempo, acha que o Fed deveria concentrar todas as contas bancárias do país. Sem correntistas, os bancos privados também deveriam perder a capacidade de fazer empréstimos bancados pelo governo.

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Isso representaria o fim do sistema bancário “tal como o conhecemos”. Ou o fim do capitalismo.

Omarova é o tipo de luminar do mundo acadêmico que acha engraçado defender ideias absurdas e até usar termos chulos. Fez até um documentário com palavrão no título para pregar que a cultura dos fundos de investimentos dominante em Wall Street é uma ********.

Quando confrontada no espaço público mais geral, ao qual chegou pela nomeação para um cargo importantíssimo no governo, veio com o blá-blá-blá habitual: está sendo visada porque é mulher, imigrante, minoria racial e por aí vai.

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Além de pregar a falência dos bancos, ela também já disse que gostaria de ver a indústria do petróleo quebrar inteiramente.

Greg Abbott, o governador republicano do Texas, onde a indústria petrolífera é fortíssima, escreveu uma carta, endossada por seis senadores, nada amistosa a Biden, pedindo que reconsiderasse a indicação.

“Quando a doutora Omarova prega a falência da indústria do gás e do petróleo, mostra total desconsideração pelas centenas de milhares de americanos que trabalham nessa indústria”.

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“A senhora Omarova não quer apenas nacionalizar o sistema bancário, ela também quer que os reguladores do sistema dirijam toda a economia”, espantou-se Pai Toomey, depois da primeira sabatina da nomeada no Senado.

“Nunca vi nada semelhante”.

Saule Omarova é uma espécie de versão de realidade aumentada de Anita Dunn, a alta assessora de Barack Obama que acabou saindo do governo por uma palestra na qual mencionou  “dois dos meus filósofos políticos favoritos, Mao Tsé Tung e Madre Teresa”.

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É claro que ela estava tentando ser engraçada ao colocar dois personagens tão díspares lado a lado. Mas nos Estados Unidos ainda não pega – ou não pegava – bem se referir com tanta admiração ao homem responsável não só pela morte de milhares de americanos na Guerra da Coreia, como pela de dezenas de milhões de chineses.

Anitta Dunn voltou ao governo com Joe Biden, mas já está fora dele – saiu para fazer o que tantos outros fazem, trabalhar numa empresa de lobby. As tentações do capitalismo são irresistíveis.

Saule Omarova já disse que vivia num regime totalitário e escreveu uma tese intitulada “A Análise Econômica de Karl Marx e a Teoria da Revolução em O Capital” porque era assim que as coisas funcionavam na extinta União Soviética.

O soviete de Cornell deve achar o máximo. E considerar o episódio de furto – ou desapropriação – uma prova do racismo americano.

Com um índice de desaprovação já batendo em 53%, dúvidas crescentes sobre sua aptidão física e mental, inflação em alta e crise na cadeia de produção, Joe Biden não precisa de Saule Omarova para complicar sua vida. Talvez ache que tem um dever de lealdade com sua nomeada, talvez reze à noite para o problema se resolver por si mesmo.

Não é uma boa tática, mas pode ser que acabe dando certo.

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