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O general mentiu e dançou; próximo pode ser genro de Trump

Promotor especial aperta o nó e já está dentro da Casa Branca com o acordo no qual o ex-assessor de Segurança Nacional reconhece mentira em inquérito

Por Vilma Gryzinski Atualizado em 30 jul 2020, 20h39 - Publicado em 2 dez 2017, 10h00

Colaboração premiada é uma expressão que os brasileiros acabaram conhecendo bem. Foi isso que fez Michael Flynn, general da reserva, chefe da inteligência militar durante o governo Obama e assessor de Segurança Nacional de Donald Trump durante menos de um mês.

O acordo que fez, ao reconhecer que mentiu em depoimentos para o FBI, coloca o promotor especial Robert Mueller dentro não só da Casa Branca como da família Trump.

Jared Kushner, o genro e assessor do presidente, é dado unanimemente como o responsável pela orientação feita a Flynn de entrar em contato com o embaixador russo, quando o sogro já tinha sido eleito mas não tomado posse, para pedir que a Rússia não votasse uma proposta sobre Israel na ONU.

Como eles acharam que iria dar certo é outra reação que os brasileiros se acostumaram a ter. No caso de Flynn, é espantoso. Na qualidade de ex-diretor da agência de inteligência militar, um órgão com mais de 30 mil funcionários, ele devia saber que não existe ligação por telefone da embaixada russa que não seja monitorada.

Mesmo assim, mentiu sobre os contatos feitos com o embaixador Sergey Kislyak no fim do mês de dezembro com dois pedidos em nome do futuro governo Trump. Os telefonemas já haviam sido vazados para a imprensa.

Um deles foi para pedir que o governo russo não reagisse com a habitual revanche às retaliações determinadas por Barack Obama por operações de desinformação justamente para influenciar no resultado da eleição presidencial.

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O outro era sobre o projeto de resolução do Conselho de Segurança da ONU apresentado pelo Egito condenando Israel pela instalação de centros populacionais em territórios palestinos.

Excepcionalmente, como uma das muitas decisões que só podem ser tomadas em fim de governo, a diplomacia americana não vetou a proposta, limitando-se à abstenção. Era uma patada de despedida de Obama em Benjamin Netanyahu.

Sem o veto, a resolução foi aprovada em 23 de dezembro por todos os demais 14 integrantes do Conselho, inclusive a Rússia.

A ideia de que os russos rejeitassem um voto contra Israel é de uma extrema ingenuidade política e Kislyak avisou Flynn que não haveria alterações nessa posição.

Apenas um detalhe para quem gosta de teorias da conspiração: o embaixador russo na ONU, Vitaly Churkin, disse pouco da votação antes que o projeto estava correndo muito às pressas.

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Morreu menos de dois meses depois, em 20 de fevereiro, de ataque cardíaco. Seis dias antes, Flynn havia sido despachado por Trump, quando seu contato com os russos foi vazado para a imprensa.

Tendo feito o acordo de colaboração e reconhecido a mentira, Flynn vai ter que continuar entregando. É claro que tudo isso pode chegar a Trump. Já circula que o general vai dizer que Trump o instruiu a entrar em contato com os russos para uma aproximação com o objetivo de ações conjuntas para combater o Estado Islâmico.

O que há de errado nisso? O que há de errado nos contatos de Flynn? Em princípio, mesmo que antecipados, estavam de acordo com posições políticas conhecidas de Trump.

Por que Flynn mentiu em depoimento ao FBI, ciente da encrenca em que estava se metendo? No momento, só é possível especular: queria desinflar a questão dos contatos russos. É possível que tenha feito isso sem instruções superiores?

O próprio Flynn dará a resposta em algum momento. E dela dependerá o futuro do governo Trump.

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