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Novidades sobre o vírus, se é que ainda se lembram dele

Num típico comportamento de manada, populações inteiras dão a pandemia por terminada - isso nos países em que ela realmente está em regressão

Por Vilma Gryzinski 16 jun 2020, 07h52

Tanta coisa foi escrita sobre as mudanças cósmicas que a pandemia traria para a humanidade, mas a humanidade parece querer as mesmas coisas de sempre.

Sair de casa, passear, tomar uma cerveja no bar, comprar. Comprar, comprar e comprar mais um pouco, ao vivo, fora da esterilidade virtual.

Atos simples do cotidiano que ficaram suspensos durante dois ou três meses.

As filas na frente da Nike e da Primark no dia da reabertura do comércio em Londres foram um atestado que o povo quer vida normal, não o pavoroso mundo novo de tantas distopias anunciadas no pós-vírus.

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Com os mortos na casa das duas ou três dezenas na Espanha ou Nova York – que vale por um país -, um pouco mais na Inglaterra, populações inteiras deram por terminada a praga do novo vírus. 

Ninguém combinou isso pelo Face ou outras formas de comunicação.

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As antenas coletivas captaram a mudança e o comportamento de manada, a reação grupal não combinada, ditou as atitudes de populações inteiras.

Houve reincidências em alguns países?  Pequim vai ser fechada? Texas e Flórida em alerta? Cientistas alarmados?

Bola para frente.

As quarentenas funcionaram para controlar os números exacerbados nas regiões americanas e nos países europeus mais atingidos.

Talvez tenham se prolongado um pouco além do necessário ou sido severas demais – tudo será medido em incontáveis estudos sobre um fenômeno que nunca ninguém tinha visto antes.

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Mesmo que não usem as palavras mais diretas, especialistas afirmam que nunca mais haverá o shutdown radical que evitou o pior em termos de vítimas, mas arrastou tantas atividades econômicas para o buraco.

“Nunca mais poderemos permitir um fechamento em massa”, escreveu no Times de Londres o empresário Luke Johnson, filho do historiador Paul Johnson e criador de redes de restaurantes, tomando o caso do Reino Unido como exemplo.

“Não podemos mais nos dar a esse luxo: o governo terá sorte se conseguir tomar emprestado o dinheiro gasto para salvar a economia, levando nossa dívida a mais de 2 trilhões de libras”.

O caso britânico se aplica a todos os países onde a epidemia foi brava e o endividamento brutal, excetuando-se seu berço, a China.

A explosão do caso George Floyd, negro morto por policiais brancos, e as ondas de choque que espalhou não só sobre os Estados Unidos, ajudaram a, simbolicamente, “enterrar” as precauções.

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Se tantas pessoas podem se reunir em tantos lugares, tão proximamente como nas manifestações e protestos pacíficos ou violentos, o vírus já está sumindo, certo?

“Há mais vírus circulando agora do que antes do estado de emergência”, disse ao El País a virologista Margarita del Val, coordenadora de um grupo de estudos sobre o novo coronavírus.

Ela se baseia no número de pessoas que agora estão indo aos hospitais por outras doenças, não tratadas durante a pandemia, e são submetidas aos testes do novo vírus.

“Pessoas sem o mínimo sintoma estão dando positivo e é um número importante que pode contagiar”.

Como evitar os contágios?

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Cada vez mais pesquisadores concluem que a transmissão através do toque em objetos contaminados é “menos importante” – uma forma suave de dar a notícia.

Importante mesmo são as máscaras, as mesmas que todos nós fomos tão aconselhados a evitar no começo da epidemia.

A onda das infecções mudou dramaticamente quando o uso de máscaras entrou em vigor no norte da Itália e em Nova York, diz um estudo que saiu na publicação da Academia Nacional de Ciências dos Estados Unidos.

As máscaras são mais importantes do que o isolamento social, as quarentenas e as medidas higiênicas como lavagem das mãos, disseram os pesquisadores.

Falar alto, gritar e cantar são formas adicionais, fora os espirros e a tosse, de transmissão do vírus.

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E a exposição contínua em lugares fechados, por períodos prolongados, a forma mais perigosa de transmissão.

O caso já clássico é o da chinesa que fez uma viagem num ônibus só com circulação do ar interno, ao longo da qual contaminou 23 pessoas.

O vírus, portanto, é transmitido pelo ar, através de aerossóis e não apenas das gotículas contaminadas?

Ainda não existe consenso.

Um estudo da Science diz que sim.

“Os aerossóis podem se acumular, continuar infecciosos durante horas em ambientes fechados e entrar facilmente nos pulmões via inalação”.

Falta dizer quem aguenta, fora dos espaços hospitalares, passar o dia inteiro com máscaras.

“A capacidade de atuação de uma sociedade é poderosíssima”, disse Margarita del Val, saindo do campo da epidemiologia para o do comportamento – ambos, obviamente, se complementam.

“Se não tivéssemos querido nos confinar, a pandemia teria sido explosiva. Se nos mantivermos assim, podemos nunca ter uma segunda onda”.

”Depende de nós”.

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