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Irã, Israel, EUA: breve lista sobre os enganos mais frequentes

Até pelos padrões habituais de confusão informativa, é enorme a quantidade de equívocos sobre acordo nuclear rompido e confrontos no Oriente Médio

Por Vilma Gryzinski 10 Maio 2018, 18h17

É possível discutir o assunto até soarem as trombetas do Apocalipse, mas alguns pequenos esclarecimentos ajudam um pouco a transpor o nevoeiro dominante em torno de temas prementes dos últimos dias:

1. Donald Trump saiu do acordo nuclear com o Irã porque pode.

2. O acordo de 2015, conhecido pelas iniciais JCPOA (Plano de Ação Conjunto e Abrangente), nunca foi ratificado pelo Senado americano.

3. O ex-presidente Barack Obama não submeteu o acordo à ratificação porque sabia que jamais a conseguiria. Mas mesmo acordos com o selo do Senado podem ser revogados.

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4. Trump não é uma exceção maluca.

5. Mas talvez tenha sido o único, entre todos os candidatos relevantes à Presidência pelo Partido Republicano que se declararam pela revogação do acordo, a pretender manter a promessa.

6. Trump anunciou sanções econômicas às empresas estrangeiras que fizerem negócios com o Irã porque pode (uma dúvida muito comum entre franceses espantados). E ainda existe algo chamado padrão dólar-ouro.

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7. É prerrogativa do presidente americano estabelecer a política externa americana.

8. O Irã não vai à guerra por causa da saída por parte dos Estados Unidos (mas não da União Europeia, Rússia e China).

9. Talvez até eventualmente aceite negociar algumas concessões excessivas do acordo, como o direito de negar acesso de inspetores internacionais a instalações militares e o prazo de até um mês para permitir este acesso.

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10. Por que o Irã não pode ter bombas nucleares e Israel pode? Porque Israel não ameaça usar seu arsenal, ou qualquer outro meio, como instrumento de agressão para eliminar outros países do mapa. E os países sunitas têm pavor de um Irã nuclearizado.

11. Israel e Irã não têm “disputas religiosas” — sabe-se lá de onde saiu isso.

12. A grande “disputa religiosa” é entre muçulmanos: o Irã é um país quase que exclusivamente xiita, a corrente minoritária do Islã, e tem muitos séculos de rivalidade com os sunitas pela hegemonia no Oriente Médio expandido.

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13. A maioria absoluta dos variados componentes da direita americana, para não falar no resto do país, não quer de jeito nenhum um conflito com o Irã. Muito menos Trump.

14. A estratégia dele, de alto risco, como outras, é renegociar o acordo.

15. O Irã pode decidir não recomeçar a purificar urânio no grau usado para bombar nucleares.

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16. Motivo? “Eu aconselharia o Irã a não recomeçar seu programa nuclear”, avisou Trump.

17. Por que acreditar mais nas informações de Israel e menos nas do Irã sobre os recentes desdobramentos bélicos na Síria e nas montanhas de Golã? Como qualquer país, Israel manipula informações, mas precisa responder ao público interno se exagerar ou desinformar demais. E ainda tem os vídeos.

18. A Rússia, por exemplo, não precisa. Disse que as defesas aéreas sírias interceptaram metade dos mísseis ar-terra e terra-terra disparados por Israel contra instalações iranianas na Síria. O governo sírio disse que os mísseis foram interceptados “um a um”. Zero vídeos.

19. O bombardeio, em represália ao inédito ataques de mísseis disparados pelo Irã, a partir da Síria, contra as montanhas de Golã, foi um ato de autodefesa, reconhecido pelo artigo 51 da Carta da ONU. É 51 mesmo.

20. E, sim, a região de Golã é montanhosa. “Colinas” é uma tradução literal do inglês, embora já consagrada pelo uso.

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