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Por Vilma Gryzinski
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Família infernal: irmã de Meghan Markle na lista dos ‘malucos’

O pai não para de falar besteiras e a meia-irmã está entre os obcecados pela família real que a polícia mantém sob observação; ainda tem espaço para piorar

Por Vilma Gryzinski 4 jan 2019, 13h50

Ela foi o nome mais procurado no Google no ano passado, teve um casamento de sonho, está grávida, aparece em todas as listas das mais bem vestidas, jornais e revistas disputam quem vai fazer os elogios mais arrebatados.

Mas a “bagagem” que Meghan Markle levou ao se casar com o príncipe Harry é do tipo que simplesmente não vai desaparecer: o pai e a meia-irmã Samantha, estimulados pelos implacáveis tabloides, são a parte infernal da vida da nova integrante da família real.

A última foi que Samantha Markle estou na lista de “pessoas obcecadas” pela realeza a serem observadas pela Scotland Yard.

É um fenômeno que também acontece com artistas e outros famosos. Mas ter alguém da própria família é um infortúnio único.

“Ela é mais um risco do que uma ameaça”, disse uma fonte da polícia ao Times de Londres, um jornal que não pode se dar ao luxo de enfeitar ou simplesmente inventar histórias.

“Pode fazer uma cena e criar manchetes – e francamente, já tentou fazer isso.”

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Samantha apareceu de cadeira de rodas na porta do Palácio de Buckingham, sabendo perfeitamente que não seria recebida, para entregar um “cartão de natal” à meia-irmã.

As duas estão afastadas há dez anos – aliás, a família toda é altamente desestruturada. Rupturas e problemas de dinheiro são frequentes.

O pai e a mãe de Meghan, separados quando ela tinha dois anos, além da própria Samantha e outro meio-irmão, já declararam falência, um ato jurídico permitido a pessoas físicas nos Estados Unidos e nada incomum.

Fora a mãe, Doria, todos divisaram uma oportunidade de ganhar dinheiro quando Meghan, atriz de um seriado de televisão a cabo, começou a namorar firme o príncipe mais cobiçado do mundo.

O pai, Thomas Markle, foi pego em flagrante pouco antes do casamento: armava(e, claro, vendia)  fotos, no México, onde foi morar depois da aposentadoria como diretor de iluminação, e nos Estados Unidos, a caminho do casamento.

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Não foi. Arranjou um procedimento cardíaco e depois passou a dar entrevistas, suspeitas de monetização, cada vez mais constrangedoras, cobrando atenção da filha.

Na última, deu detalhes sobre a festa do primeiro casamento de Meghan, com o produtor Trevor Engelson. Foram quatro dias de festa num resort na Jamaica. Nada surpreendentemente, rolou muita ganja, contou o pai.

Um tabloide foi atrás e “descobriu” emails em que Meghan comenta ter encomendado as sacolinhas e enrolado 200 cigarros de maconha para distribuir, entre os presentinhos de boas vindas, para os convidados.

Samantha, que sofre de esclerose múltipla e de incontinência tuitária,  segue outra linha: acusa Meghan de abandonar a família e prenuncia que o pai vai morrer de coração partido por causa disso. Como ele tem 74 anos, é obeso e cardíaco, não demorará muito para acertar.

Muitas perguntas (e respostas) são, obviamente, criadas pelos repórteres venenosos. “Meghan quer ser uma nova princesa Diana?”, provocam.  Samantha: “Diana nunca abandonaria a família”.

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Na verdade, Diana rompeu, em fases variadas, com o pai, a mãe, a madrasta, o irmão, a cunhada e o cunhado, secretário da rainha que não suportava o comportamento exagerado dela e suas brigas com Charles, o futuro rei.

A família de Diana também era altamente disfuncional, mas virar princesa, entrar para a realeza e se transformar na mulher mais conhecida do mundo foi um pacote pesado demais até para uma filha de conde, criada na aristocracia e seus hábitos peculiares.

Fazer carreira como atriz no lugar mais competitivo do mundo, além de ser filha de pai branco e mãe negra nos Estados Unidos, provavelmente criou um coro mais grosso e exigiu mais equilíbrio emocional de Meghan.

Sem contar que ela tinha quase o dobro dos 19 anos de Diana quando se casou com um príncipe.

Numa reportagem, deslumbrada como a maioria, da revista Vanity Fair, uma pessoa que conheceu Meghan na época em que trabalhava na televisão disse que ela criou cuidadosamente a imagem de jovem mulher independente, preocupada com saúde, bem estar e beleza, entre toques de engajamento político.

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“Ela é absurdamente inteligente e equilibrada, mas sempre com um pé atrás. Não é uma pessoa que possa ser sua amiga. É o tipo de pessoa que é melhor amiga da stylist.”

Uma amizade, aliás, que rendeu. Quando foi morar no Canadá para filmar a série Suits, Meghan ficou muita amiga – e virou quase um clone – da estilista Jessica Mulroney.

Casada com o filho de um ex-primeiro-ministro canadense, Jessica introduziu a linda atriz em círculos conectados com o jet set internacional – e a realeza. Duas dessas novas conhecidas eram na época casadas com amigos de Harry e Charles.

Segundo a Vanity Fair, foi Victoria von Westenholz, relações públicas da Ralph Lauren, incentivou Harry a conhecer Meghan. Podia dar caso ou namoro, mas o príncipe achou que era a mulher da sua vida.

Só as gerações mais recentes de príncipes da família real britânica deixaram de se casar com aristocratas estrangeiras. Como era proibido o casamento com católicas, o pool de candidatas era limitado geralmente aos principados alemães protestantes.

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A rainha Mary, conhecida como May, foi a primeira inglesa a ser coroada como consorte desde as diferentes e infelizes esposas de Henrique VIII, o rei que rompeu com Roma para se divorciar de Catarina de Aragão.

Usadas como moeda de troca em alianças políticas ou puramente monetárias, as princesas estrangeiras tinham que se converter totalmente ao novo país para conquistar as boas graças do público.

A última rainha estrangeira foi Alexandra da Dinamarca, uma princesa de família relativamente modesta que acabou em posições estratégicas.

O pai foi convocado para superar uma crise sucessória e ganhou a coroa do reino dinamarquês. Outra crise levou um irmão que não era o herdeiro do trono a virar rei da Grécia. Sua irmã Dagmar tornou-se czarina, com o nome de Maria Fiodorovna.

Quando a família de quatro cabeças coroadas, ressentida com os avanços alemães, se reunia para temporadas de férias na Dinamarca, a imprensa alemã reclamava de “conspirações”.

Alexandra aguentou o marido infiel, o futuro Edward VII, e uma sogra imorrível, a rainha Vitória. Foi princesa de Gales por grande parte da sua vida e lançava modas imitadas pelas mulheres do reino.

A opinião pública simpatizava com ela. Quando o marido estava à morte, permitiu a visita de uma de suas amantes de longa data, Alice Keppel, uma elegante dama da sociedade.

Camilla, a futura rainha consorte, amante do príncipe Charles muitos anos antes do divórcio dele de Diana, é bisneta de Alice.

Depois de todos os desastres da fase Diana, estabilizar a situação de Charles  perante a opinião pública sempre foi a prioridade dos especialistas contratados pela família real.

Os filhos, William, o herdeiro certinho, e Harry, o caçula boa vida, ajudaram muito nisso.

O noivado do neto da rainha com Meghan foi, habilmente, absorvido como uma oportunidade: uma família real tão moderna que não tremeu um cílio sequer diante de uma atriz americana divorciada e mestiça.

A família infernal tem que ser engolida sem passar recibo em público, apesar das preocupações evidentes que causa.

Nem o pai nem Samantha podem ser controlados. No Twitter, a meia-irmã parece um Donald Trump cuspindo fogo e criou até dois times. Os defensores de Meghan, chamados de Megulators e os partidários de Samantha, sob a denominação de Megexit.

O tratamento deslumbrado e obsequioso da imprensa em geral com Meghan contrasta com reações muito negativas de leitores. Arrivista, ambiciosa, espertalhona e falsa são alguns dos adjetivos traduzíveis.

Para os homens e, principalmente, mulheres de má vontade, o fato de que a mãe dela, Doria, foi a única pessoa da família presente no casamento em lugar de provocar pena, foi uma comprovação de que Meghan é uma interesseira capaz de passar por cima de qualquer coisa.

A notícia de que foi a integrante de família real que mais gastou em roupas no último ano – um pouco mais de dois milhões de reais – não ajudou muito. E nem adianta argumentar que é Charles quem paga os gastos dos filhos e das duas noras.

Até Kate, a mulher do príncipe William, ganhou defensores depois que Meghan apareceu em cena – e principalmente quando começaram a circular os boatos de que as duas cunhadas não se bicam.

Sem contar os pedidos de demissão de assessores, o aparente racha entre os irmãos e a separação de corpos que virá quando Harry e Meghan se mudarem não só para fora do palácio de Kensington, como até de Londres.

O nascimento do filho do casal deverá amenizar as opiniões negativas. Sem contar que vai coincidir com a data final do Brexit, um processo cercado de extrema volatilidade e incertezas.

Um bebê real sempre cria um intervalo de alívio e boa vontade. E se Samantha Markle aparecer para conhecer o sobrinho, vai estar “naquela” lista de gente a ser mantida à distância. Mas não impedida de falar e espalhar veneno. Família é para sempre.

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