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Eurodeputado na orgia, cantora na festa e outros infratores famosos

Políticos e celebridades que não respeitam as regras para segurar a Covid-19 tentam se safar com fracos pedidos de desculpas - às vezes, nem isso

Por Vilma Gryzinski Atualizado em 2 dez 2020, 08h50 - Publicado em 2 dez 2020, 08h47

Depois de uma “longa reflexão”, o húngaro Jozsef Skajer, deputado por seu país no Parlamento Europeu, resolveu renunciar.

A reflexão durou exatamente quatro dias, o período entre o flagrante no eurodeputado, pego pela polícia belga ao tentar fugir pela janela de um apartamento no primeiro andar onde rolava uma festa de sexo grupal com 25 homens, e a constatação de que não daria para continuar.

“Não consumi drogas”, acrescentou Skajer, flagrado em Bruxelas, sede do Parlamento Europeu, com as mãos ensanguentadas na tentativa de fuga e uma mochila devidamente revistada. Sobre as “pílulas do amor” – também conhecidas como ecstasy -,  encontradas na mochila, disse: “Não eram minhas e nem sei como foi colocada lá”.

A história é irresistível, inclusive pelo detalhe nada desprezível de que a festa onde a polícia baixou, por infração às medidas de distanciamento para o combate à Covid-19, era frequentada por homossexuais. 

Skajer é um dos fundadores do partido Fidesz, o mesmo do primeiro-ministro Viktor Orbán, detestado por progressistas de todos os matizes. O governo húngaro é contra o casamento gay.

“Lamentar profundamente” o próprio erro, como fez o ex-deputado, é o mínimo que prescreve o manual de amenização de danos prescrito para pessoas famosas quando flagradas infringindo regras que, em alguns casos, elas mesmas criaram. 

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Outro ponto do manual: isolar a mancada como um erro pontual, uma exceção numa vida ilibada.

“Peço que avaliem meu passo em falso contra o pano de fundo de 30 anos de trabalho duro e dedicado”, apelou o deputado húngaro de 59 anos, casado, dois filhos.

“Foi um erro de julgamento sério e indesculpável”, disse Rita Ora, a curvilínea cantora britânica de origem albanesa, também surpreendida no sábado pela polícia numa festa de 30 anos num restaurante londrino.

A cantora disse que a festa, com convidados famosos como a modelo e atriz Cara Delevingne, foi fruto de uma decisão “ao sabor do momento”, como se uma festa para trinta pessoas se materializasse, de repente, do nada.

Outras privilegiadas pela fama: as australianas Nicole Kidman e Dannii Minogue puderam entrar em seu país, onde vigem várias das restrições mais severas do mundo, sem fazer a quarentena obrigatória de 14 dias num hotel fechado pelo governo.

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As restrições também são bem rígidas na Califórnia, onde o governador Gavin Newson ignorou a regra número um da vida digital – os celulares estão em toda parte – e foi ao jantar de aniversário de um amigo num restaurante famoso.

“Todos nós somos humanos. Todos nós não correspondemos às expectativas algumas vezes”, filosofou Newsom ao admitir o erro.

O lobista que ofereceu a festa tentou alegar que o jantar tinha sido num espaço ao ar livre – mas lá estavam as fotos de celular para desmentir.

Newsom passou dias levando pancada de adversários políticos republicanos, especialmente suculentas por ele ter sido casado com Kimberly Guilfoyle, atual companheira de Donald Trump Jr.

O governador pelo menos admitiu o erro, ao contrário de Nancy Pelosi, a presidente da Câmara, que se recusou a pedir desculpas quando apareceu num infame vídeo – de celular – andando sem máscara num salão de cabeleireiro. Ainda por cima, disse que a dona do salão é quem deveria se desculpar pela “armadilha”.

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A hipocrisia é a homenagem que o vício presta à virtude e pelo menos fingir alguma contrição é necessário para disfarçar o fato de que os famosos e poderosos vivem num mundo com regras diferentes das que valem para todos nós.

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