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É proibido tirar férias: Inglaterra multará viagens sem motivo imperativo

Com medo de que infecções adquiridas no exterior estraguem os bons resultados já conseguidos, as férias de Páscoa vão para lista negra

Por Vilma Gryzinski 23 mar 2021, 06h56

Está longe de terminada a batalha contra o vírus infernal. 

Mesmo num lugar como a Grã-Bretanha, que já vacinou 50% da população e comemora as quedas radicais no número de vítimas, existe a plena consciência de que “nenhum país é uma ilha” – inclusive as próprias Ilhas Britânicas.

A possibilidade de que os bons resultados sofram uma regressão, a partir da próxima segunda-feira quem pretender viajar sem motivo de força maior está sujeito a uma multa de cinco mil libras – quase 40 mil reais.

A medida vale até junho e abarca as duas semanas de recesso de Páscoa das escolas, um período tradicional de “férias no sol”, por coincidir com o fim do inverno e a corrida por um lugar numa praia grega ou espanhola, entre outras.

Exceções: quem viaja a trabalho ou para estudos, nascimento ou morte em família, transações imobiliárias ou obrigações legais.

Proibir viagens é uma medida pesada, principalmente num país com a tradição anglo-saxã de liberdades individuais.

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Mas o governo de Boris Johnson não quer correr riscos maiores do que os já existem, inclusive porque a Covid-19 está dura de controlar em vizinhos como a França, onde Paris e outras regiões importantes voltaram para o lockdown que Emmanuel Macron havia prometido nunca mais fazer.

A França pode entrar na “lista vermelha”, criada para abarcar países com variantes temidas como o Brasil e a África do Sul, além de nações no seu entorno. 

Para entrar no Reino Unido vindo desses lugares, é preciso fazer uma quarentena total de onze dias num hotel de aeroporto. O desconforto e o custo, assumido pelo viajante, têm por objetivo justamente desincentivar as viagens.

Entre outras iniciativas que pareceriam absurdas no mundo pré-coronavírus, o governo britânico está cogitando distribuir testes para que moradores de regiões onde o vírus se mostre mais renitente façam o autoexame com o cotonete duas vezes por semana de modo a localizar exatamente os focos.

As medidas de precaução acontecem num ambiente de desentendimento entre Inglaterra e a União Europeia, recém-separadas pelo Brexit e pelos resultados divergentes em matéria de vacinação.

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Até a imensamente séria e equilibrada Angela Merkel está apoiando uma medida de força com um potencial explosivo de consequências: proibir a exportação de vacinas da AstraZeneca fabricadas em países da União Europeia.

A ameaça veio, inicialmente, da mulher que Merkel emplacou como presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen.

Uma intervenção desse tipo prejudicaria diretamente a Grã-Bretanha, que precisa de quatro milhões de doses fabricadas na Bélgica para manter o cronograma da segunda fase da vacinação a partir de abril – o país optou, pioneiramente, por dar a primeira dose das vacinas à maior quantidade possível de pessoas.

Numa inversão de expectativas, Boris Johnson não fez nenhuma ameaça de retaliação (segurar os insumos fabricados na Inglaterra para a vacina da Pfizer, por exemplo). Ao contrário, propôs até eventualmente dividir as vacinas com os vizinhos mais afetados.

Um mundo em que Angela Merkel faz ameaças estapafúrdias e Boris Johnson mantém a cabeça fria mostra como o vírus continua a bagunçar as narrativas.

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