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Ataque preventivo a entrevista-bomba: Palácio detona Meghan

Fazer assédio moral a funcionários e usar joia dada por príncipe saudita com a ficha suja são algumas das acusações contra a duquesa fugida

Por Vilma Gryzinski Atualizado em 4 mar 2021, 07h52 - Publicado em 4 mar 2021, 07h50

Tudo o que membros da família real fazem pode virar assunto de estado. É realidade que cerca a entrevista que Meghan e seu marido menos falante, o príncipe Harry, deram a Oprah Winfrey.

Como o tom cada vez mais ácido entre as duas partes, o casal Sussex e o “Palácio” – designação geral dos membros efetivos da família real e sua corte de relações públicas -, a entrevista suscitou ataques preventivos nada sutilmente plantados na imprensa.

A ideia é descredenciar a imagem que Meghan e Harry apresentam de si mesmos, como pobres vítimas de cortesãos perversos e de uma imprensa pior ainda, perseguidos a ponto de largar tudo para ir morar nos Estados Unidos.

O Palácio quer apresentar outro cenário: os dois foram tratados com portas e corações abertos, receberam as maiores concessões e tinham a confiança e o afeto da rainha, mas mesmo assim viraram as costas e largaram tudo para ficar ricos nos Estados Unidos.

Para reforçar a imagem menos positiva de Meghan, a ex-atriz americana que conquistou o filho caçula do futuro rei, o Palácio revelou ao Times de Londres que Jason Knauf, da equipe de comunicações que prestava serviços ao duque e sua duquesa, apresentou uma denúncia formal de assédio moral contra ela.

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A denúncia foi feita depois que duas assistentes se viram forçadas a se demitir por causa das atitudes inclementes de Meghan e a duquesa imperiosa “estava minando a confiança” de uma terceira pessoa.

Segundo o Times, Knauf apresentou a queixa para tentar proteger a equipe das baixas provocadas pelo temperamento acerbo de Meghan.

Detalhe importante: Knauf continuou a trabalhar para a família real e hoje preside a fundação beneficente de William e Kate, não falaria sem consultar os superiores. A relação entre os dois irmãos, mais do que estremecida, não vai melhorar em nada com a informação de que partiu das “fontes” a iniciativa de procurar o Times e revelar fatos até agora sigilosos que desabonam a conduta de Meghan.

Como sinal de que já estava tudo combinado, o Palácio de Buckingham informou que vai abrir um inquérito sobre a denúncia de assédio moral, uma atitude sem precedentes – segundo Meghan, uma “campanha deliberada de difamação”, segundo um porta-voz do casal.

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Outro veneno palaciano: a revelação que Meghan usou um fabuloso par de brincos presenteados por Mohammed Bin Salman, o príncipe herdeiro e manda-chuva da Arábia Saudita.

A cascata de diamantes brancos e amarelos, da joalheria Butani (valor estimado: mais de cinco milhões de reais) foi um presente de casamento que Meghan usou pela primeira vez numa cerimônia em Fiji, onde os duques faziam uma visita oficial.

Detalhe importante: isso aconteceu três semanas depois que explodiu o caso do assassinato do jornalista Jamal Khashoggi, uma atrocidade cometida a mando do príncipe saudita.

E tem mais: na ocasião, os funcionários que informam a imprensa sobre as roupas usadas por membros da família real disseram apenas que a joia tinha sido “emprestada”. 

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Ou seja, a discussão ética sobre seu uso já estava colocada. Se não, por que tentar despistar sobre sua origem?

Hoje em dia, os membros da família real não aceitam presentes caríssimos. Nos casamentos reais, como aconteceu com William e Harry, eles pedem que sejam feitas contribuições para instituições beneficentes que patrocinam. 

Mas sempre há exceções, principalmente quando são presentes pessoais dos riquíssimos monarcas do petróleo. 

Kate já desfilou um conjunto de colar e brincos de esmeraldas que não saiu da infindável coleção da família real. A rainha Elizabeth continuou a aceitar cavalos de corrida presenteados pelo xeque Mohammed bin Rashid Al Maktoum, o maior criador do mundo. O xeque de Dubai é acusado por uma filha e uma ex-mulher de perseguições e até de cárcere privado.

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As relações de Harry e Meghan com a família real, e especificamente com a própria rainha, já passaram de tensas para conflagradas.

O último episódio foi o anúncio oficial da rainha que seu neto favorito, tendo escolhido voluntariamente deixar as atividades públicas da família real, passa a não ter direito a manter as posições honoríficas de comando de unidades das Forças Armadas. 

Vão-se, junto, os fabulosos fardamentos de gala usados em cerimônias oficiais. Como ex-militar, Harry poderá usar apenas as medalhas que conquistou pessoalmente – com simples terno.

Harry e Meghan responderam em tom nada cordato, minutos depois do anúncio oficial da rainha, dizendo que a missão de servir é universal e que continuarão a segui-la segundo os próprios moldes.

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A entrevista a Oprah Winfrey vem sendo anunciada em tom crescentemente desfavorável à família real – “Tem gente que vai querer se esconder atrás do sofá”, foi uma de suas definições.

Pelo Palácio e seus partidários, ela é considerada especialmente imprópria por coincidir com a hospitalização do avô de Harry, o príncipe Philip. 

Embora pareça pertencer à linhagem de imortais, Philip vai fazer cem anos em junho e não está ficando nem mais jovem nem mais saudável. Ontem, fez um procedimento cardíaco. É dever dos funcionários da realeza planejar em detalhes como será seu funeral, ainda mais em tempos de Covid-19 e lockdown.

Pelas notícias plantadas na imprensa simpática à monarquia, é visível nos ambientes palacianos a exasperação com o comportamento de Meghan e Harry num momento em que a rainha lida com a doença do marido e as enormes inconveniências que a pandemia criou para ela mesma, como uma senhora de 94 anos afastada por motivo de força maior do papel principal que desempenha há sete décadas.

A entrevista a Oprah de Meghan, com participação secundária de Harry, é evidentemente voltada para o mercado americano, onde os dois já estão ganhando dinheiro via contratos com Netflix e Spotify.

Mas é no Reino Unido que ela é mais ansiosamente aguardada, com uma boa parcela da opinião pública já tendo fechado questão: Meghan comprovará que é uma manipuladora esperta, disposta a faturar alto via casamento com um príncipe apaixonado que se deixou docilmente levar para a Califórnia e aderiu ao projeto da fortuna no mundo do show business.

Conseguirá também se passar por vítima, perseguida ou discriminada por ser forasteira, americana e negra por parte de mãe? Absolutamente. Por isso a história é tão boa que poucos conseguem ficar indiferentes a ela.

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