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A malvada ataca: irmã de Kim Jong-un assume protagonismo

Foi ela quem apareceu mais num formidável ato de vandalismo, a explosão da representação sul-coreana, e todo mundo quer saber o porquê

Por Vilma Gryzinski 17 jun 2020, 08h18

Kim Jong-un, o tirano vermelho da Coreia do Norte, gosta de explodir coisas – bombas atômicas experimentais são as mais perigosas delas.

Numa variante, ele mandou explodir o escritório de representação da Coreia do Sul, a coisa mais próxima de uma presença diplomática da metade bem sucedida da península coreana.

Explodir literalmente: a construção veio abaixo, uma forma bem explícita de que ele não está gostando de alguma coisa.

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Mas o mais interessante foi o papel protagonista que a sua falada irmã, Kim Yo-jong, assumiu no processo.

Foi a jovem Yo-jong (coreanos seguem o princípio do sobrenome antes do nome) que ameaçou os sul-coreanos nos seguintes termos:

“Exercendo o poder autorizado pelo líder supremo, nosso partido e o Estado dei instrução ao braço do do departamento encarregado das relações com o inimigo de executar nossa próxima ação”.

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“Dentro em breve, será vista uma cena trágica do inútil escritório de ligação Norte-Sul completamente demolido”.

Falou e disse. A nuvem de poeira confirmou a explosão.

E desencadeou uma nova onda de especulações sobre o papel de Kim Yo-jong.

Pode estar relacionada à primeira, quando o irmão passou um bocado de tempo “sumido” e ser relacionada a uma luta interna pelo poder.

Kim Yo-jong também, teoricamente, estaria sendo preparada para assumir um papel de regente, na ausência do irmão, cheio de problemas de saúde com apenas 36 anos, e antes que seu filho, atualmente com doze anos, entrasse na fase adulta.

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A bela e malvada irmã tem o problema de ser mulher e, portanto, inaceitável como sucessora para a “velha guarda”, os ‘nomões’ tradicionais do partido comunista.

Mas faz parte da dinastia Kim, criada pelo avô de ambos, Kim Il-sung. 

No mundo bizarro da Coreia do Norte, o primeiro Kim achou que seu papel na luta contra a ocupação japonesa precisava ser enfeitado.

Criou uma espécie de status divino para si mesmo e seus sucessores, a linha sanguínea do Monte Paekdu, uma espécie de montanha sagrada à qual passou a atribuir sua origem.

Curiosamente, é a mesma narrativa lendária dos imperadores japoneses.

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Na Coreia do Norte, só a palavra Paekdu já define de quem se está falando.

O escritório de ligação era a prova mais concreta da complicada aproximação entre as duas Coreias, retomada em 2018 e propulsionada por Donald Trump – tudo na esperança de que Kim abandonasse o program nuclear bélico que desestabiliza a região e o mundo.

O pretexto para a explosão do escritório de ligação foi o uso de balões de gás lançados através da fronteira com mensagens dos norte-coreanos que conseguiram fugir do país.

Os desertores foram ritualmente chamados pela irmãzinha má de “cães vira-latas” e “escória humana”.

Mas obviamente a manobra quase ingênua, a qual o presidente sul-coreano, Moon Jae-in, prometeu proibir, foi um pretexto.

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Uma das especulações foi que Kim e a irmã cuja bola ele está levantando estão criando uma crise artificial para distrair as atenções de problemas como a falta de abastecimento e o coronavírus – este, oficialmente não existente.

O fato é que Kim Jong-un voltou a agitar – e não é nada impossível, ao contrário, que tenha o sinal verde do regime chinês.

Todas as maluquices norte-coreanas são de fabricação própria, mas só prosperam com o aval, direto ou indireto, da China.

Com a deterioração do relacionamento com os Estados Unidos e o ressentimento global causado pela manipulação nas informações sobre o novo coronavírus, a China está tomando uma postura mais agressiva em todas as frentes.

Mesmo com origem “divina” e poder absoluto, os irmãos Kim só sobrevivem com a ajuda chinesa e podem ser usados no grande jogo geopolítico que tem o planeta inteiro como palco.

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Uma Coreia do Norte pacificada, sem armas nucleares, com relações estáveis com o Sul – e, principalmente, os Estados Unidos – não faria parte desse jogo.

Seja quais forem as motivações, Kim Yo-jong agora está na fileira da frente.

E parece estar gostando do papel de carrasca. Depois da implosão da representação sul-coreana, ela criticou o presidente Moon Jae-in, político de esquerda disposto a muitas concessões e consolidado eleitoralmente pela atuação no controle do novo coronavírus.

Os acordos bilaterais não funcionaram porque Moon estava com “a corda no pescoço”, sob coação de “seus donos”, os Estados Unidos.

O presidente Moon prometeu mundos e fundos para que o relacionamento não piorassem mas Kim Yo-jong parece estar gostando do papel de durona.

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