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A inveja mata: Bolsonaro no Quatro de Julho vira contencioso

Com tanta coisa para criticar, um simples coquetel em embaixada vira uma enxurrada de manifestações de antiamericanismo infantil

Por Vilma Gryzinski 4 jul 2019, 19h14

“Incomum”, ”estranha” e outros adjetivos foram tirados do fundo do dicionário para caracterizar a ida – “pessoalmente”, segundo um criativo texto, deixando para a imaginação o que seria ir a um lugar impessoalmente – de Jair Bolsonaro ao coquetel de comemoração do Quatro de Julho na embaixada americana.

Outra abordagem: com tantos problemas no Brasil, o presidente teve tempo de participar da recepção (já que ele faz tudo errado, nessa ótica, seria melhor não ficar governando; mas quem pode invocar a lógica quando estão em ação reações emocionais?).

E ainda por cima tocaram Bruce Springsteen! Born in the USA! Só pode ser entreguismo terminal (atenção pessoal: o veterano roqueiro fica fulo da vida porque sua música virou uma manifestação de patriotismo americano e proibiu seu uso nos comícios de Donald Trump).

Ah, sim, Bolsonaro também não foi às comemorações das festas nacionais da Argentina e de Portugal.

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O antiamericanismo infantil, uma doença comum a muitos países que não são os Estados Unidos – e até mesmo dentro deles -, é provocado na maioria das vezes pelo sentimento de inferioridade diante da hiperpotência.

Em geral, os países onde os Estados Unidos, no passado, fizeram intervenções e até cometeram atrocidades, são os menos antiamericanos.

Na América Central das “repúblicas bananeiras”, todas as populações, se pudessem, se mudariam para os Estados Unidos. Uma boa parte está tentando.

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Cuba? Da última vez que deixaram o pessoal sair, todo mundo viu o que aconteceu.

No lugar de onde os cubanos saíram em massa em 1980, o porto de Mariel, hoje tem um porto novinho em folha construído com dinheiro de todos os brasileiros, via BNDES.

Foram-se 680 milhões de dólares na Zona Especial de Desenvolvimento de Mariel, já um oxímoro em si em seu tratando de Cuba.

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É claro que “as oportunidades que abrirá para empresas brasileiras” eram uma ficção desde o começo.

Soube-se depois que foi um pedido especial de Hugo Chávez a Lula. Quem não gostaria de dar um presentinho de 680 milhões a Chávez? Principalmente com o dinheiro dos outros?

O mesmo tique nervoso de criticar in limine tudo o que faz um governante considerado mais do que inaceitável, ilegítimo, se repetiu no Quatro de Julho de Donald Trump.

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Antitrumpistas de todas as plumagens enlouqueceram com a ideia de Trump de fazer um desfile militar em Washington. Coisa de “autocratas”, ulularam, com aquela magnífica visão autocentrada dos americanos.

Os Estados Unidos realmente não têm tradição de paradas militares no Quatro De Julho. E Donald Trump realmente está em campanha pela reeleição – como todos os seus antecessores em primeiro mandato.

Mas ao colocar a oposição falando mal do desfile, Trump conseguiu o que queria: a) fazer os antitrumpistas surtar com uma coisa que o povo adora, parada com tanques, aviões e tudo mais; b) deixá-los em posição de criticar indiretamente os venerados “homens e mulheres de farda”.

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Tanto Trump quanto Bolsonaro têm o dom natural, por assim dizer, de fazer e falar coisas que enlouquecem o “outro lado” – progressistas, esquerdistas e outros “istas”.

Seus eleitores adoram, sentem-se vingados por finalmente alguém refletir o que pensam e que foi ignorado por tanto tempo pelo “establishment”.

Aliás, tornaram-se presidentes exatamente por causa disso.

Quanto tempo vai levar até que seus opositores entendam que as críticas que colocam tudo no mesmo plano – seja uma iniciativa gigantesca como política ambiental, seja algo inocente como um coquetel na embaixada americana – jogam a favor deles? Precisa desenhar?

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