Poucas coisas me chateiam mais em uma viagem do que ser vítima de um golpe, daqueles bem manjados, que são comumente aplicados em turistas.

Por mais que a gente viaje, dependendo do nosso destino, basta baixar um pouquinho a guarda para ser ludibriado.

Não me lembro de ter sofrido nenhum grande golpe em todos estes anos viajando pra lá e pra cá. Mas pequenos golpes… estes foram vários! Mas quem nunca?

Na maioria dos casos desses golpes em turistas o “desfalque” é pequeno, quase irrisório. Mas o que me irrita e me decepciona é o princípio da coisa, é a sacanagem, é o querer levar vantagem e se aproveitar de quem está numa situação desfavorável. Sim, porque quando estamos em um lugar que não conhecemos estamos em desvantagem e mais sucetíveis. Por isso é preciso abrir o olho e não baixar a guarda.

Quem nunca pegou aquele taxista “amigo” que te leva fazer um city tour sem você ter pedido antes de chegar no hotel?

Ou aquele guia turístico que te promete mundos e fundos na teoria, mas na prática as coisas são bem diferentes. Ou aquela cigana que vem ler sua mão “de graça”?

Lembro que na primeira vez que fui para a Índia peguei um táxi no hotel e pedi que ele me levasse a um shopping X. Aí é claro que antes de me levar ele parou na loja de um amigo para eu ver roupas típicas “sem compromisso”, depois numa de jóias de outro amigo, depois num restaurante de outro amigo… Até eu chegar no lugar que eu queria já estava cansada e sem paciência para mais nada. Resultado: não andei mais de táxi e dali pra frente só tuk-tuk porque pelo menos assim a brincadeira era mais barata.

E você, qual o pior golpe que já caiu quando estava viajando? Já caiu em algum destes da lista abaixo?

> O golpe da ligação falsa

Como funciona: você está dormindo, belo e formoso no seu hotel quando o telefone toca no meio da madrugada. Do outro lado da linha alguém diz que é da recepção e que houve um problema no sistema do hotel e que é preciso passar os dados do seu cartão de crédito de novo. Sonado, você nem consegue raciocinar direito e acaba fornecendo as informações para só no dia seguinte (ou depois) descobrir que caiu num golpe.

Como evitar: assim como você não faria em casa, nunca forneça os dados do seu cartão de crédito por telefone. E avise o hotel para que outros hóspedes sejam alertados.

> O golpe da pulseirinha ou do ramo de alecrim

Como funciona: você está passeando por uma região turística quando de repente é surpreendido por uma senhora com cara de inofensiva oferecendo um ramo de alecrim como símbolo de amizade ou algum tipo de pulseirinha também com o mesmo objetivo. Você mal aceitou e ela já está grudada em você pedindo para ler sua mão e pedindo dinheiro por isso. Depois de aceitar nem tente dizer não porque ela vai começar a gritar e outras iguais a ela aparecerão por todas as partes.

Como evitar: assim que for abordado recuse qualquer coisa de graça e saia andando sem dar brecha.

> O golpe da foto

Como funciona: você pode estar sozinho ou acompanhado, em um lugar bastante turístico, quando um local bastante simpático se oferece para tirar uma foto sua, já que só com um selfie você não vai conseguir pegar todo o cenário. Agradecido, você dá seu telefone ou sua máquina fotográfica para a pessoa gentil e faz sua melhor pose para depois postar a foto nas redes sociais. Enquanto você se ajeita a pessoa “bondosa” sai correndo e você nunca mais a vê. Nem seu celular ou sua máquina.

Como evitar: não aceite ajuda de estranhos na hora de tirar fotos. Se quiser, peça a uma família ou um grupo de amigos que você tenha certeza que são turistas também e que não irão levar seu equipamento.

> O golpe do falso mendigo

Como funciona: você está passeando quando se depara com um mendigo pedindo dinheiro, dizendo que está ferido ou doente e que precisa de ajuda. Você, com seu bom coração, deixa dinheiro para a pessoa e vai embora. Dois minutos depois cruza com o mendigo que se dizia deficiente andando normalmente e carregando suas coisas para pedir dinheiro em outro lugar. É comum que crianças peçam dinheiro.

Como evitar: se quiser ajudar não dê dinheiro. Prefira doar comida.

> O golpe do troco demorado

Como funciona: você vai a um café, uma loja de souvenirs ou algum vendedor de rua e, na hora de receber seu troco, o garçom ou vendedor demora, demora, demora para contar seu troco. Já impaciente e com pressa para fazer outros programas, você pega o dinheiro e sai em disparada para só depois de dar conta que o troco estava errado.

Como evitar: sempre confira o troco antes de ir embora. Em alguns países, aliás, notas de valores bem diferentes podem ser parecidas e de cores iguais. Um zero a mais ou a menos pode fazer muita diferença. Redobre a atenção.

> O golpe do anel de ouro

Como funciona: você está caminhando normalmente quando uma pessoa para na sua frente e “encontra” um anel no chão. Ela olha inocentemente e pergunta se é seu. Quando você diz que não, ela olha com atenção para o anel e diz que ele é de ouro legítimo e oferece o anel pra você por uma “pechincha”. Você acha que é uma bom negócio e paga pelo anel para descobrir, depois de lavar a mão duas vezes, que não se passava de uma bijuteria.

Como evitar: não compre nada de estranhos no meio da rua e sempre desconfie de ofertas boas demais para serem verdade.

> O golpe da atração turística fechada

Como funciona: esse golpe tem algumas variações. Pode começar com seu motorista de táxi ou tuk-tuk, que te leva até uma atração turística e, como você não conhece o lugar, te leva para os fundos do local e diz que ela está fechada. “Generosamente” ele se oferece para te levar a outro lugar, dizendo que aquela está fechada para o almoço. Você acaba pagando por mais uma viagem e quando chega ao outro lugar ele tem uma amigo que é guia e por um precinho baixo te acompanhará pelo passeio. Na saída, ele insiste em te levar novamente para o local original. Aí você se dá conta que a entrada é em outra rua.

Como evitar: verifique em guias, na internet ou no hotel o horário de funcionamento das atrações que vai visitar. Na dúvida, sempre procure a bilheteria ou a entrada do local e veja com seus próprios olhos.

> O golpe da distração

Como funciona: você está em alguma região turística quando alguém tenta te distrair. Alguém pode derrubar alguma coisa em você, pode tropeçar na sua frente, pode ter um bebê e pede ajuda para fazer uma ligação, etc. As desculpas são muitas. Você, bondosamente, para para ajudar a pessoa e não percebe que atrás de você, outra pessoa está mexendo na sua mochila ou pegando a carteira que está no bolso de trás da calça. Quando termina de ajudar a pessoa e se dá conta, já é tarde demais. Este golpe pode também acontecer em metrôs, trens e ônibus.

Como evitar: nunca ande com carteiras/celulares no bolso. Se colocar na mochila, coloque um pequeno cadeado ou então ande com ela na frente do corpo. Para dinheiro e documentos, o melhor é ter uma daquelas pochetes de colocar por dentro da roupa. (As minhas eu compro na Kuri)

> O golpe do policial falso ou corrupto

Como funciona: você está com seu carro alugado quando é parado por policiais. Depois de pedir os documentos do carro e os seus, os policiais pedem o seu passaporte e dizem que você cometeu alguma infração. Dizem que você terá que ir até a delegacia e pagar uma multa. Mas, como você é turista, eles fazem uma “proposta” para resolver a situação ali mesmo e devolver seu passaporte. Sem saber o que fazer, você acaba pagando o dinheiro mesmo sem ter cometido nenhuma infração. Este golpe também pode ser aplicado para turistas que estão a pé. E os policiais nem sempre são verdadeiros, podem apenas ser golpistas disfarçados.

Como evitar: esse é um golpe perigoso porque se você estiver lidando com a polícia de verdade pode acabar se encrencando de vez. Mantenha sempre a calma e nunca entregue documentos originais. Tenha sempre uma cópia do passaporte com você e reze para nunca ser vítima de um golpe destes.

> O golpe do taxímetro quebrado

Como funciona: você entra no táxi e pede para ir a tal lugar. Nem repara no taxímetro e está mais preocupado em observar a paisagem do que outra coisa. Quando chega ao seu destino o taxista te pede um valor absurdo pela corrida. Aí você resolve olhar para o taxímetro, que está zerado. Quando questiona, ele responde que está quebrado, mas que o valor é x. Você tenta argumentar e ele, “bonzinho” te dá um desconto. Sem opção, você paga mas sai do carro sabendo que foi enganado.

Como evitar: ao entrar em táxis e tuk-tuks sempre pergunte se a cobrança é no taxímetro. Se não for, combine sempre o preço antes. Uma boa dica é perguntar no hotel quanto sua corrida deve custar mais ou menos. Sempre pegue táxis registrados. Outra opção é usar aplicativos como Uber e Lyft, que já te dão a tarifa antes da viagem.