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STF enviou denúncias de ameaças à PGR e à PF, que não foram aprofundadas

Intimidações contra o Supremo, sem providência enérgica, foram estopim para abertura do inquérito das fake news. Informações deverão ser levadas ao plenário

Por Matheus Leitão Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 10 jun 2020, 09h40 - Publicado em 10 jun 2020, 07h34

Ao menos seis ofícios enviados pelo Supremo Tribunal Federal (STF) à Procuradoria Geral da República e à Polícia Federal, entre 2018 e o início de 2019, contendo graves denúncias de ameaças recebidas pela Corte, incluindo uma de bomba, serão apresentados como justificativas para a abertura do inquérito das fake news. 

As informações deverão ser levadas a debate por ministros, nesta quarta-feira, 10, no aguardado julgamento da ação que questiona a abertura do inquérito pelo STF. É o que apurou a coluna.

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Apesar das importantes denúncias, como o ofício que informava a ameaça de bomba enviada ao STF por email, nenhum deles recebeu o retorno de efetivas providências adotadas pelos órgãos investigadores, ao menos na avaliação de integrantes do Supremo.

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O tímido avanço nas investigações, sem resultados concretos, tanto na gestão de Raquel Dodge na PGR, quando na própria PF, desde início de 2018, foi o estopim para que atual presidente, Dias Toffoli, instaurasse o inquérito das fake news. As ameaças cobrem também o período em que a ministra Carmen Lúcia ainda estava à frente da Corte.

A grande questão é o que levou à falta de providências em denúncias tão graves a ponto de o STF iniciar o próprio (e inédito) inquérito? Fontes do Judiciário têm pistas que podem explicar. Uma suspeita é a de que  pessoas que chegaram a  integrar a equipe de investigação da Lava Jato, críticos da Corte, ajudaram a criar um ambiente hostil passando a ideia de que o STF era responsável por retrocessos nas investigações contra a corrupção. Isso pode ter estimulado ataques e desestimulado a necessária investigação.

Essa teoria explicaria a falta de reação mais enérgica de investigadores. O período das ameaças iniciais coincide com as discussões sobre o julgamento de prisão após condenação em segunda instância ou das transferências de processos para a Justiça Eleitoral. Depois, porém, outros fatos investigados indicam que os ataques ficaram mais difusos e acabaram recebendo o reforço do chamado gabinete do ódio.

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Aberto em março do ano passado para averiguar notícias fraudulentas, ofensas e ameaças que atingem a “honorabilidade e a segurança” da Corte, o caso foi iniciado com total desconfiança da opinião pública, que via na apuração até certa arbitrariedade.

O primeiro problema foi o fato de a investigação ter sido aberta sem um pedido formal de autoridades policiais ou da própria Procuradoria Geral da República. O segundo foi fato de o ministro Alexandre de Moraes ser alçado ao posto de relator do caso por Dias Toffoli, sem o usual sorteio que acontece em inquéritos comuns.

Ocorre que o regimento interno permite todo o andamento questionado por setores da sociedade, e qualquer vício será resolvido quando o ministro Alexandre de Moraes se declarar impedido de julgar o caso, após ter presidido a investigação. O partido Rede Sustentabilidade, que questionou judicialmente o nascedouro do inquérito, já pediu a extinção da ação, mas o atual procurador-geral da República, Augusto Aras, é confuso em suas declarações sobre o caso. 

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Como informado pela coluna, o inquérito que teve início conturbado, olhado com certo ceticismo pela opinião pública, ganhou robustez e se transformou em um dos mais importantes casos em tramitação no STF. Hoje, se vê uma teia nebulosa que liga esse caso das fake news com o inquérito das manifestações antidemocráticas, cada vez mais próxima do coração do bolsonarismo.

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