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Blog de notícias exclusivas e opinião nas áreas de política, direitos humanos e meio ambiente. Jornalista desde 2000, Matheus Leitão é vencedor de prêmios como Esso e Vladimir Herzog
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Caso Carrefour: racismo mata no Dia da Consciência Negra

João Alberto, espancado e morto aos 40 anos, é um dos muitos George Floyds que o Brasil não protege

Por Matheus Leitão Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 20 nov 2020, 13h14 - Publicado em 20 nov 2020, 12h16

O Brasil acordou na manhã do dia da Consciência Negra, nesta sexta-feira, 20, com as imagens de um homem negro espancado por seguranças do supermercado Carrefour, em Porto Alegre. João Alberto Silveira de Freitas tinha 40 anos e foi morto. A cena é desesperadamente comum. O Brasil já viu o mesmo crime sendo cometido contras outros negros. É o racismo estrutural que oprime, tortura, mata, exclui.

Os órgãos de imprensa trazem hoje imagens e histórias emocionantes de negros que superaram as barreiras, de empresários que se sentem só, mas não desistem, de afrodescendentes que foram pioneiros. Há também anúncios de empresas e bancos comemorando o Dia da Consciência Negra. Nesse mesmo dia, a cena de João Alberto Silveira de Freitas é um tapa na cara do país e nos faz acordar para a dimensão do problema que a sociedade brasileira tem que enfrentar.

João Alberto Silveira de Freitas – é preciso repetir o nome dessas vítimas – se transformou em mais um George Floyd brasileiro. Mas existem muitos outros. Alguns muito jovens. O brasileiro que mais tem risco de morte violenta é o jovem negro da periferia das cidades.

As cenas do espancamento no Carrefour mostram o abuso de autoridade, já que um dos acusados de assassinato é um policial militar que não estava em serviço, e exercia o trabalho de segurança no supermercado. Mas revelam também a desvalorização da vida. Há uma cultura no Brasil que está relacionada à violência, especialmente contra os negros.

João Alberto Silveira de Freitas estava sob custódia da segurança do estabelecimento. Mesmo que tenha reagido em algum momento, obviamente indignado com o tratamento dado a ele, nada justifica a violência covarde desferida contra ele, com pernas em seu pescoço e tórax. As imagens divulgadas na imprensa não deixam dúvidas. Assim como o silêncio dos acusados, que nada disseram na delegacia.

João Alberto era um brasileiro que gostava de futebol – participava de torcidas e da paixão pelo esporte – e tinha um gato de estimação. Um dos seus últimos gestos foi o de pedir ajuda para a mulher. “Me ajuda, Milena”, teria dito. No vídeo é possível vê-lo gritando de desespero. Mas não teve chance. Segundo a esposa, o mantiveram imobilizado mesmo após a sua morte.

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