Quer ser candidato, general Pazuello? Vá para a reserva
Participação em manifestação mostra interesse político do general
A participação do general Eduardo Pazuello na “motociata” organizada neste domingo, 23, por apoiadores do presidente Jair Bolsonaro é uma infração grave e mostra que o ex-ministro da Saúde tem interesses políticos em seus planos para o futuro. No entanto, se quer se candidatar a algum cargo político, Pazuello deve pedir para ir para a reserva em vez de envolver as Forças Armadas em uma manifestação claramente política e eleitoral.
A presença de Pazuello na motociata irritou militares e aumentou a pressão por uma punição ao general da ativa. A participação acaba gerando a impressão de que as Forças Armadas estão ligadas ao governo, mas o Exército, a Marinha e a Aeronáutica são instituições de Estado e não devem se envolver em assuntos políticos.
A lição já deveria ter sido aprendida: misturar Forças Armadas e governo não dá certo. Basta lembrar da ditadura militar, que durou 21 anos e foi marcada por fim de direitos civis, restrição de liberdade, tortura, desaparecimento de pessoas e autoritarismo.
Segundo um dos organizadores da motociata, o presidente Jair Bolsonaro fez questão de levar Pazuello para a manifestação para provocar os membros da CPI da Pandemia.
Na última semana, Pazuello foi ouvido na CPI e teve sua imagem ainda mais desgastada ao apresentar um mundo ilusório que só existe em sua imaginação. Depois de conseguir um habeas corpus que permitiu que ele ficasse calado em algumas perguntas, Pazuello decepcionou com respostas vagas e desmentiu declarações que ele mesmo havia dado no passado.