Assine VEJA por R$2,00/semana
Imagem Blog

Matheus Leitão Materia seguir SEGUIR Seguindo Materia SEGUINDO

Blog de notícias exclusivas e opinião nas áreas de política, direitos humanos e meio ambiente. Jornalista desde 2000, Matheus Leitão é vencedor de prêmios como Esso e Vladimir Herzog
Continua após publicidade

Por que Fux deveria levar adiante o julgamento que suspendeu senador 

O pedido de licença feito por Chico Rodrigues (DEM-RR) foi calculado para deixar o mandato com o filho 

Por Matheus Leitão Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 20 out 2020, 22h09 - Publicado em 20 out 2020, 16h42

A decisão era esperada. Depois que o senador Chico Rodrigues (DEM-RR) apresentou seu pedido de afastamento do mandato, o ministro Luis Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal (STF), suspendeu a própria liminar. Portanto, ela não será levada ao plenário nesta quarta-feira, 21, como se previa. O senador, como se sabe, foi flagrado pela Polícia Federal com dinheiro nas nádegas.

Interlocutores da corte que conversaram com a coluna acreditam que o assunto deveria continuar em pauta, inclusive sendo submetido ao plenário. Isso distribuiria a responsabilidade entre todos os ministros do STF, a chamada colegialidade, e frustraria a manobra do senador.

Barroso foi criticado no Senado, e respondeu que a decisão lhe pareceu “óbvia”. Se ele não tivesse agido, o que o Senado faria com o caso? O conselho dado ao senador pelos seus pares – que queriam evitar o julgamento no Conselho de Ética –  foi o de que saísse, não por apenas os 90 dias, por 121 dias. É que, para além de 120 dias, o suplente assume. E no caso é seu próprio filho.

Uma bandeira defendida pelo novo presidente do STF, Luiz Fux, é a da “colegialidade”, ou seja, de envolver todos os ministros nas decisões, para redistribuir a responsabilidade nos despachos monocráticos. No início do mês, já sob a presidência de Fux, os ministros do STF aprovaram a alteração no regimento interno que determina que inquéritos e ações penais voltem a ser analisados pelo plenário. 

Continua após a publicidade

Submeter o assunto ao plenário também poderia evitar um mal estar com o Congresso Nacional, que sempre critica as decisões que o afetam, especialmente quando tomadas por um único ministro. Argumenta-se no Congresso que uma decisão monocrática não pode suspender direitos concedidos pelos eleitores. Quando o julgamento é do plenário, acaba dando mais “corpo” à decisão.

Segundo esses interlocutores, o objetivo do senador, com o pedido de afastamento voluntário, seria “escapar” da deliberação do STF e de uma análise do Congresso Nacional às vésperas das eleições municipais. 

A retirada do assunto da pauta reduz o desgaste dos ministros do STF com o Congresso Nacional, por diminuir os holofotes sobre o senador e a má política. Por outro lado, deixa o senador confortável na solução que foi arquitetada pelos colegas. Ele não é julgado, o filho herda o mandato, e daqui a 121 dias a aposta é a de que o país já tenha esquecido o escândalo.

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Domine o fato. Confie na fonte.

10 grandes marcas em uma única assinatura digital

MELHOR
OFERTA

Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 2,00/semana*

ou
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba Veja impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 39,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$96, equivalente a R$2 por semana.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.