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Blog de notícias exclusivas e opinião nas áreas de política, direitos humanos e meio ambiente. Jornalista desde 2000, Matheus Leitão é vencedor de prêmios como Esso e Vladimir Herzog
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O outro lado da PEC do Ministério Público

Corporativismo existe e punição de Procurador da Lava Jato comprova isso

Por Matheus Leitão Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 19 out 2021, 12h52 - Publicado em 19 out 2021, 12h20

A PEC 5/2021, que muda a composição do Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP) e pode ser votada nesta terça, 19, pela Câmara dos Deputados, é duramente criticada por membros da carreira do Ministério Público, pela sociedade como um todo, mas um caso emblemático recente mostra que a proposta precisa ser analisada com mais frieza e menos paixão.

Nesta segunda, 18, o Plenário do CNMP decidiu aplicar a pena de demissão ao Procurador da República Diogo Castor de Mattos, que pagou por um outdoor enaltecendo o trabalho da força tarefa da Lava Jato com a imagem de dez procuradores integrantes da equipe de Curitiba (PR).

O placar de votação foi apertado. Foram seis votos pela demissão de Diogo e cinco votos contra a punição.

O resultado é emblemático: todos os cinco votos contrários à demissão foram de membros do Ministério Público. Situação que reforça as alegações de que há um corporativismo nas decisões do conselho.

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Rinaldo Reis Lima, Oswaldo D’Albuquerque, Sebastião Vieira Caixeta, Moacyr Rey Filho e Silvio Roberto Oliveira são todos da carreira do MP e se posicionaram contra a demissão de Diogo Castor.

Do outro lado, representantes da OAB e do Congresso Nacional foram os responsáveis pela demissão do procurador, além de um membro do Ministério Público Militar (MPM) que foi contra o posicionamento dos outros colegas.

Votaram pela punição de Diogo Castor as representantes da OAB Sandra Krieger e Fernanda Marinela, o representante do Senado Engels Augusto Muniz, o representante da Câmara dos Deputados Otavio Luiz Rodrigues Jr. e o procurador do MPM Marcelo Weitzel. O voto de desempate, já que o placar ficou em 5 a 5, foi dado pelo vice-Procurador-Geral da República, Humberto Jacques, que presidiu a sessão.

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O caso de Diogo Castor deixa claro que o corporativismo pode atrapalhar os julgamentos do CNMP. A atitude do procurador foi grave e era passível de punição conforme prevê a lei. No entanto, os colegas de carreira decidiram votar contra sua demissão. Este colunista não defende a votação da PEC 5/21 como ela está neste momento. Isso pode ser lido aqui e relido principalmente aqui.

Mas, como jornalistas, precisamos estar atentos a todos os lados. E os erros do MPF precisam ser visto com mais rigor pela sociedade, vide as anulações de sentenças que aconteceram recentemente e polarizaram ainda mais o país.

Uma das mudanças propostas pela PEC 05 é o aumento no número de integrantes do conselho e a nomeação de mais representantes da sociedade. A depender da escolha de quem são esses integrantes, pode ser, sim, algo positivo.

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Do lado do MP, membros temem que haja interferência política nas decisões do grupo. Mas a história de Diogo Castor mostra que a presença de mais representantes pode ser a diferença entre o cumprimento da lei e a impunidade contra o abuso.

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