O encontro evangélico da vergonha e de Bolsonaro
Líderes confundem fé com Estado, indicação ao STF e campanha eleitoral. Lado espiritual do Brasil se deteriora tão rápido quanto a política do país
Acontece nesta tarde, em Brasília, o “Simpósio Cidadania Cristã”, um evento que exemplifica a mistura danosa entre Estado, eleição e religião. Essa fórmula tem sido constante no país e ganhou corpo com Jair Bolsonaro no poder.
O evento de hoje é bem assim: um oferecimento da administração bolsonarista. Organizada pela Confederação dos Conselhos de Pastores do Brasil (Concepab) e outras instituições evangélicas, a programação inclui o próprio Bolsonaro e alguns ministros, em horário de expediente.
Essa prática de fazer campanha eleitoral antecipada tem sido frequente no governo, como a coluna tem destacado em vários textos.
Também participa o ex-ministro André Mendonça, que pena para ter seu nome aprovado pelo Senado para a vaga aberta no Supremo Tribunal federal (STF).
Algumas igrejas evangélicas querem ver o pastor André aprovado logo porque pensam que, uma vez no STF, ele votará de acordo com os interesses dessas denominações específicas.
Assim como deteriorou o país de forma acentuada e acelerada na pandemia, o governo Bolsonaro também destrói a espiritualidade do brasileiro, profanando a fé a partir das más intenções do presidente e de seus principais assessores.
Trata-se de um grupo cuja marca é a sede pelo poder, como já aconteceu em outros momentos no país, mas nada disso deveria ter a ver com religião ou cristianismo.