No Pará, concessões florestais tentam preservar Amazônia
Empresas, cooperativas e associações podem realizar o manejo florestal sustentável
Em meio aos níveis recordes de desmatamento, a concessão florestal tem sido usada no estado do Pará para ajudar na conservação da floresta amazônica. Por meio da Lei de Gestão de Florestas Públicas, o poder público concede a empresas, cooperativas e associações de comunidades locais, permissão para realizar o manejo florestal sustentável para extrair produtos madeireiros e não madeireiros, assim como fornecer serviços de turismo.
Na concessão e no manejo florestal, há um sistema de rodízio para realizar a exploração da madeira. No máximo seis árvores são retiradas por hectare, e a área só voltará a ser explorada a cada 25 a 30 anos, garantindo o tempo necessário para a recuperação plena da floresta manejada.
No estado do Pará, as florestas públicas estaduais da região do Mamuru-Arapiuns foram inseridas no Plano Anual de Outorga Florestal (Paof) de 2009 e licenciado em 2010.
No período de 2008-2020, segundo dados do Sistema Prodes do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), os municípios onde se localizam as Glebas acumularam uma área desmatada de 966,64km².
No interior das regiões destinadas a concessão florestal, a área desmatada foi de 76,65km², o que equivale à 8%, do total registrado na região, e 0,2% em relação ao desmatamento no estado que no período registrou uma área desmatada de 39.957km².
A partir de 2010, as taxas de desmatamento na área das concessões passaram por redução, o que coincide com o início do licenciamento para gestão do uso sustentável na forma de manejo florestal nessa área.
“O que o manejo florestal preconiza é a utilização dos recursos florestais de maneira sustentável, então, aonde tem manejo, não tem desmatamento. O que nós temos, é uma supressão qualificada de determinados tipos de árvores, que são passiveis de comercialização e que não afete o conjunto da recuperação daquela área que foi manejada. Na verdade, o manejo é a solução e não um problema”, afirma Mauro O’de Almeida, Secretário de Meio Ambiente e Sustentabilidade do Pará.