Governadores pedem a Bolsonaro a suspensão das dívidas com bancos
Presidente foi vago na resposta e não se comprometeu, apesar de ter recebido apoio dos Estados para o veto ao aumento dos salários do funcionalismo público
Na reunião desta quinta-feira, 21, entre o governo federal e os estados, governadores entregaram o que o presidente Jair Bolsonaro queria: o apoio ao veto que evitará o aumento do funcionalismo público neste ano. Mas pediram uma ajuda em contrapartida: que o presidente não vete o adiamento do pagamento das dívidas aos bancos públicos, privados e organismos internacionais, ajuda que consta do projeto de socorro aos estados e municípios. O socorro financeiro depende da assinatura de Bolsonaro, mas isso o presidente não garantiu.
O governador Eduardo Leite, um dos quatro governadores a expor o problema na reunião, pediu também que o governo federal se apresse em fazer a regulamentação do acordo da Lei Kandir, uma velha briga de compensação aos estados que foi resolvida na Justiça. Assim como no caso do projeto de socorro aos governo estaduais, o acordo agora precisa de agilidade da gestão Bolsonaro para transformar a velha pendenga em pagamento aos governadores. Isso significaria mais R$ 4 bilhões este ano ainda em meio à pandemia. Eduardo Leite sabe onde o calo aperta. Em entrevista à coluna, o governador gaúcho conta o quanto perdeu na crise com a queda de arrecadação, que é bem mais do que receberá.
Sobre o projeto de socorro aos estados, e a suspensão das dívidas dos governos estaduais com os bancos públicos e privados, o impasse passa pelo equipe econômica do governo federal. Os estados têm dívidas milionárias juntos à instituições bancárias e organismos internacionais. Pelo acordo que fizeram com o presidente do Senado, Davi Alcolumbre, no âmbito deste projeto, os governadores suspenderiam o pagamento. O Tesouro se responsabilizaria agora pelas dívidas com os bancos e os estados não pagariam este ano à União. Somente no ano que vem. É isso que a equipe econômica do liberal Paulo Guedes tem reservas. O custo para o governo federal seria de R$ 13 bilhões até o fim de 2020.