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Blog de notícias exclusivas e opinião nas áreas de política, direitos humanos e meio ambiente. Jornalista desde 2000, Matheus Leitão é vencedor de prêmios como Esso e Vladimir Herzog
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Futuro de Manaus, futuro do Brasil

O ensaísta Davi Lago mostra que a cidade tem assumido crescente protagonismo internacional por ser o mais importante centro urbano da Amazônia

Por Davi Lago
Atualizado em 9 ago 2020, 11h11 - Publicado em 9 ago 2020, 10h45

Manaus é uma das cidades mais estratégicas do Brasil. A capital amazonense cresceu muito em termos populacionais: hoje tem cerca de 2,2 milhões de habitantes. Além disso, a cidade assume crescente protagonismo internacional por ser o mais importante centro urbano da Amazônia. Todos os temas da agenda ambiental do mundo passam por Manaus. Em números brutos, a economia de Manaus está entre as mais fortes do país: é o oitavo maior produto interno bruto (PIB) municipal conforme dados do IBGE divulgados em 2019. Manaus é o terceiro município mais industrializado do Brasil. Contudo, a cidade apresentou em 2020 a taxa mais alta de desemprego entre as capitais. Ainda há muita desigualdade e exclusão social.

Coexistem hoje em Manaus diversas gerações. As mais velhas carregam memórias vívidas do redesenho político da região com o desenvolvimento da Zona Franca de Manaus (foto). As mais novas procuram ansiosas espaços de trabalho e meios de gerar renda. No meio-termo está a geração da reabertura democrática brasileira. As diferentes idades e experiências convivem, se entrelaçam e detém as chaves do progresso manauara. O escritor Victor Hugo disse que “um dos privilégios da velhice é ter, dentro da sua idade, todas as idades”. Aos 351 anos, Manaus tem desafios cada vez mais complexos. Ouvidos indiferentes não contribuem em nada na composição de saídas práticas para problemas contemporâneos.

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Ouvir implica em fazer silêncio e estar atento ao outro, ouvir suas propostas, compreender seu ponto de vista, suas demandas. Aliás, o ouvido humano, em termos anatômicos, é um sistema magnífico: contém 24 mil fibras, que vibram a cada som, sendo capaz de discernir cerca de 400 mil sons distintos. Agora, de que adianta o potencial do ouvido em termos anatômicos, se não há disposição em ouvir o coração e o anseio do outro, ou seja, se não há ouvidos cívicos. A capacidade de ouvir e a troca intergeracional de ideias são urgentes e necessárias, sobretudo neste período conturbado.

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O problema de Manaus, assim como do Brasil em geral, não é falta de recursos ou possibilidades. O grande problema de nossa sociedade é de criar consensos mínimos com seriedade, de organizar melhor nossos potenciais. O sociólogo e professor da USP Glauco Arbix, por exemplo, afirma que o Brasil é uma potência agrícola, energética e ambiental, com a força da biodiversidade presente na Amazônia e espalhada por seus diferentes biomas. Contudo, este tripé para o futuro – agropecuária, energia e biodiversidade – precisa de uma articulação de políticas inteligentes, de organização elementar. A mesma lógica vale para as cidades altamente estratégicas como Manaus. A visão da cidade antecipa seu futuro.

Davi Lago é pesquisador do Laboratório de Política, Comportamento e Mídia da Fundação São Paulo

 

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