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Estudo brasileiro aponta que plasma reduz em 8% mortalidade da Covid-19

Análise em 113 pacientes mostra evolução do grupo que recebeu plasma de pessoas recuperadas do coronavírus. Recentemente, o protocolo foi autorizado nos EUA

Por Matheus Leitão Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 25 ago 2020, 08h27 - Publicado em 25 ago 2020, 07h55

Um estudo elaborado por especialistas em saúde pública no Brasil aponta a redução de 8% da mortalidade por Covid-19 em pacientes infectados e tratados com plasma de pessoas já curadas da doença. A pesquisa, realizada em 113 pessoas, é inédita e deve ser publicada em uma revista especializada em breve. A análise comparou a evolução de dois grupos de enfermos, sendo o primeiro tratado sem o uso do plasma e o segundo utilizando o centenário protocolo.

Foram 72 pacientes de Covid-19 tratados tradicionalmente, e 41 recebendo o plasma de pessoas curadas e com alto nível de anticorpos. O médico intensivista Pedro Kurt, que participou do estudo e é chefe da Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Instituto Estadual do Cérebro, no Rio de Janeiro, afirmou que, embora o grupo de pacientes analisados seja pequeno, quando somado a outros estudos, fica comprovada a eficácia do tratamento.

“Quando a gente analisou junto com outros estudos publicados, mostramos uma redução significativa da mortalidade, juntando os nossos dados com outros artigos publicados, portanto com o número de pacientes tratados um pouco maior. Mas é diferente de você ter um estudo grande, comparativo e randomizado”, explica o médico.

Segundo Pedro Kurt, ainda há expectativas pelo resultado de pesquisas maiores para se ter uma resposta definitiva sobre o tratamento, mas o que já foi analisado indica que há melhora no índice de mortalidade. “Os nossos dados apontam que há uma melhora no número de mortalidade dos pacientes, tanto os que estão precisando de oxigênio, quanto em ventilação mecânica”, destaca.

Neste domingo, 23, a FDA, agência que regula medicamentos nos Estados Unidos, autorizou o uso emergencial de plasma de pessoas recuperadas no tratamento de enfermos hospitalizados pelo coronavírus. De acordo com a agência, pacientes com menos de 80 anos que não usavam respirador, e receberam plasma com altos níveis de anticorpos, tiveram uma taxa de sobrevivência 35% melhor – um mês após a intervenção – do que os que receberam plasma com baixo nível de anticorpos.

Apesar dos dados apresentados pela FDA, Pedro Kurt alerta que o estudo usado para embasar a decisão da agência reguladora norte-americana não fez comparativos com grupos de pacientes que não tomaram plasma.

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“O problema é que esse estudo não teve um grupo controle, por isso que essa aprovação do FDA é um pouco polêmica, porque não teve um grupo que não tomou plasma. Eles estão comparando pacientes que tomaram mais precocemente, nos primeiros três dias, e pacientes que tomaram depois dos primeiros três dias. Nossa impressão também é de que os pacientes melhoram quando tomam antes, mas realmente ainda não há uma resposta definitiva sobre isso”, explica o especialista.

Pedro Kurt afirma que o Instituto Estadual do Cérebro Paulo Niemeyer operou integralmente para tratar pacientes infectados pela Covid-19 entre os meses de março e junho. Atualmente, o hospital voltou a realizar as neurocirurgias, que são o foco da instituição, e não trata mais pacientes acometidos pelo coronavírus.

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Em maio, o neurocirurgião Paulo Niemeyer Filho, considerado o melhor do país e coordenador do instituto, concedeu entrevista à coluna e ressaltou que o tratamento com plasma não é novidade. Foi usado, inclusive, como recurso contra a Gripe Espanhola. Segundo ele, nunca houve uma avaliação científica formal rigorosa para comprovar a eficácia do tratamento, mas em todas as ocasiões os relatos médicos indicam que o uso dos anticorpos reduz muito a mortalidade.

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