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Blog de notícias exclusivas e opinião nas áreas de política, direitos humanos e meio ambiente. Jornalista desde 2000, Matheus Leitão é vencedor de prêmios como Esso e Vladimir Herzog
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Delírio bélico, homofobia e impiedade: o dia de Bolsonaro

O 10 de novembro de 2020 é uma data que ficará marcada pela infâmia para muitos brasileiros 

Por Matheus Leitão Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 11 nov 2020, 09h51 - Publicado em 11 nov 2020, 09h18

Em um intervalo de poucas horas, Jair Messias Bolsonaro revelou novamente sua verdadeira natureza e desnudou-se completamente de pudor ao escancarar sua incapacidade de empatia para com os cidadãos do país que governa. 

Ao minimizar a morte de mais de 162 mil habitantes do Brasil vítimas da Covid-19 e o sofrimento de suas famílias sob o argumento raso (e óbvio) de que todos vão morrer um dia, o presidente referiu-se à nação como um “país de maricas”.

Se parasse por aí, Jair Messias Bolsonaro já teria ido longe demais. 

Contudo, ele foi além.

O dia de nossa infâmia teve início com a notícia de que a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) havia suspendido os estudos clínicos da CoronaVac. Pouco depois, em um post, o presidente celebrou a decisão, classificando-a como uma vitória pessoal sobre o rival político paulista. “Morte, invalidez, anomalia. Esta é a vacina que Doria queria obrigar todos os paulistanos a tomá-la… O presidente disse que a vacina jamais poderia ser obrigatória. Mais uma que Jair Bolsonaro ganha”.

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Não, senhor presidente! O senhor não ganha com o fracasso de uma vacina contra a Covid-19! O Brasil e o mundo perdem! É simples assim. A falta de capacidade cognitiva de Bolsonaro o impede de entender que o vírus é um inimigo implacável que está acima de qualquer questão partidária ou ideológica. Trata-se de um oponente da humanidade.

Se fosse o grande conhecedor de táticas militares que imagina ser, o presidente entenderia que o “inimigo de meu inimigo é meu amigo”. Ou seja, como o coronavírus é o inimigo de todo o mundo, incluindo o Dória, Bolsonaro deveria ser aliado de primeira hora na luta contra a Covid-19. No entanto, ele não enxerga assim. Seu post é uma ofensa a todos os que perderam a vida e aos que sofrem com a perda.

Mas o presidente não parou.

Em mais um atestado de desdém com as preocupações com o meio ambiente, que ganham mais relevância em todo o planeta a cada dia, ele extrapolou todos os limites ao tentar ameaçar a maior potência econômica e militar mundial.

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“Assistimos há pouco aí um grande candidato à chefia de Estado dizer que, se eu não apagar o fogo da Amazônia, ele levanta barreiras comerciais contra o Brasil… E como é que podemos fazer frente a tudo isso? Apenas a diplomacia não dá. Quando acaba a saliva, tem que ter pólvora, senão, não funciona”, afirmou Bolsonaro.

Há sempre a tese de que ele faz essas declarações de caso pensado. Por exemplo: inventou uma “guerra” com Estados Unidos para diminuir o noticiário negativo sobre o que havia dito mais cedo, relacionado à vacina e ao seu opositor político. Em Brasília, entre políticos e magistrados, se diz muito que a imprensa, inclusive, não percebeu a estratégia usada pelo presidente para tergiversar.  

Sendo estratégia política ou não, não é normal! São infâmias! É simples assim! “A loucura dos grandes deve ser vigiada”, escreveu Shakespeare. Não que Jair Messias Bolsonaro seja grande de espírito. Não é! Mas, pela força das circunstâncias, o cargo que ele hoje ocupa é, sim, grande. Por isso mesmo, uma resposta à altura deveria ser dada com urgência.

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