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Covid mata ancião indígena que não saía da aldeia havia três meses no AM

Djalma Marubo, 83 anos, morador do Vale do Javari, morreu contaminado pela doença. Região na Amazônia tem o maior número de povos isolados do mundo

Por Matheus Leitão Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 6 jul 2020, 17h40 - Publicado em 6 jul 2020, 16h58

A morte de um indígena da etnia Marubo que não saía de sua aldeia havia três meses acendeu novo alerta nos povos originários que habitam na Terra Indígena Vale do Javari, confirmando a ameaça do coronavírus na região amazônica. Djalma Marubo, de 83 anos, morador da Aldeia Praia no município de Atalaia do Norte, no Amazonas, faleceu neste domingo, 5, após apresentar complicações respiratórias.

Segundo a Secretaria Especial de Saúde Indígena (Sesai), do Ministério da Saúde, Djalma Marubo tinha histórico de tuberculose e outras doenças crônicas e estava sendo acompanhado pela Equipe Multidisciplinar de Saúde Indígena desde o início dos sintomas. O teste de coronavírus realizado no indígena deu positivo, embora ele não tenha se ausentado da aldeia e não tenha tido contato com caso suspeito ou confirmado de coronavírus.

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Apesar de o indígena não ter saído de sua aldeia nos últimos três meses, alguns de seus familiares se deslocavam periodicamente para comprar alimentos em Cruzeiro do Sul, município no interior do Acre. Outra hipótese é de que Djalma Marubo tenha sido contaminado por algum integrante da equipe de saúde da Sesai, segundo suspeitam os próprios indígenas da região.

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A Terra Indígena Vale do Javari é a região que concentra o maior número de indígenas isolados do mundo e é motivo de preocupação especial durante a pandemia. Como a coluna informou, o fotógrafo Sebastião Salgado, um ativista da proteção dos povos originários, tem se preocupado com todas as etnias, mas já se mostrou particularmente aflito com os indígenas isolados do Vale do Javari.

A Aldeia Praia, onde Djalma Marubo faleceu, fica no alto curso do rio Ituí, dentro da TI Vale do Javari. Essa região é o local de onde foram retirados alguns missionários evangélicos por decisão judicial. Nela, também tem aparecido índios isolados nos últimos 4 anos.

Questionada pela coluna, a Sesai informou que o Distrito Sanitário Especial Indígena (DSEI) Vale do Javari “vem adotando todas as medidas de proteção e de vigilância frente ao enfrentamento da Covid-19 junto aos seus usuários e de seus colaboradores que atuam direta e indiretamente nas ações de saúde, bem como designou uma Equipe de Resposta Rápida (ERR) para o monitoramento e controle da infecção em todo o Polo base”.

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Em relação à morte de Djalma Marubo, que morreu na própria aldeia, a Sesai “manifesta profundo pesar e se solidariza com os membros familiares e amigos enlutados, pela perda de um ancião de grande valia para o povo Marubo da Terra Indígena Vale do Javari, região Atalaia do Norte (AM)”.

Além disso, a secretaria informou que já iniciou o mapeamento e monitoramento dos contactantes domiciliares do indígena falecido e dos demais comunitários da aldeia onde ocorrera o óbito. Desde o início da pandemia da Covid-19, 10 mil indígenas foram infectados, e mais de 400 morreram (53 no Amazonas), segundo dados da Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib).

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