Começa pressão em Biden para proteção à Amazônia
Negociadores para mudanças climáticas enviam plano de ação para presidente americano: diretrizes para ele cumprir promessa de combater o desmatamento
Mal assumiu a presidência dos Estados Unidos e Joe Biden já vem sendo pressionado a cumprir sua promessa de campanha de proteger a Floresta Amazônica. Um grupo formado por negociadores-chefes americanos para mudanças climáticas divulgou um plano de proteção à Amazônia, que deverá guiar a política ambiental de Biden. O documento foi enviado para o presidente e a vice, Kamala Harris, juntamente com uma carta de apresentação.
Na mensagem, o grupo ressalta algumas razões fundamentais para a preservação da floresta, como o fato de a Amazônia reter mais carbono do que o mundo emite ao longo dos anos; e as emissões dos desmatamentos na Floresta Amazônica serem as principais fontes de poluição do clima, assim como o Japão e a Alemanha.
Além disso, a ameaça de uma nova pandemia também é citada: “O desmatamento na Amazônia corre o risco de desencadear uma nova pandemia global, uma vez que a maioria das novas doenças infecciosas surge na fronteira da floresta, onde as pessoas e a vida selvagem colidem”, justifica o grupo.
O documento ainda reconhece que governos da região, como o do Brasil, não têm os mesmos objetivos de preservação, mas entende que é preciso trabalhar em conjunto para incentivar a proteção da floresta.
“Obviamente, os esforços para proteger a Amazônia devem beneficiar os países, comunidades e pessoas que dependem da floresta na região, contribuindo para seu desenvolvimento sustentável. Embora alguns governos da região, incluindo o Brasil, possam ter objetivos diferentes [nas metas climáticas], há muitas oportunidades para colaboração mutuamente benéfica. Quando o consenso se mostrar ilusório, seu governo precisará trabalhar com aliados globais para criar novos incentivos e desincentivos para defender os interesses vitais dos EUA, como você explicou corretamente durante a campanha”.
O plano é dividido em quatro eixos: financiamento público e privado; comércio “florest-friendly”; cadeias de suprimentos limpas e transparentes; e diplomacia robusta. Em cada ponto, há orientações sobre o que o governo americano pode fazer em defesa da Amazônia. Durante a campanha eleitoral, Joe Biden prometeu mobilizar US$ 20 bilhões globalmente para proteger a floresta.