Chegou a hora de Carlos Bolsonaro
O avanço das investigações em relação ao Filho 02 do presidente, que também é suspeito de envolvimento com rachadinhas
Depois de acompanhar durante meses as investigações sobre um possível envolvimento do senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ) no esquema de rachadinhas, o Brasil agora assiste o Ministério Público avançar de forma robusta para cima de seu irmão, o vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ), sob a suspeita de cometer os mesmos crimes.
Como a VEJA mostrou nesta quarta, 1, o Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro autorizou a quebra de sigilos fiscal e bancário de Carlos, o “filho 02” do presidente Jair Bolsonaro. O vereador é suspeito de empregar funcionários-fantasmas em seu gabinete ao longo dos seus seis mandatos na Câmara dos Vereadores do Rio.
A esperança é de que, dessa vez, seja possível dar continuidade às investigações e haja resultados práticos sobre as suspeitas levantadas pela Justiça. No caso de Flávio, o “filho 01” de Bolsonaro, já são dois anos de um processo que custa a ter andamento.
Em fevereiro, o Superior Tribunal de Justiça (STJ) atendeu ao pedido da defesa de Flávio e anulou as decisões que autorizaram as quebras de sigilo contra o senador no esquema ocorrido Assembleia Legislativa do Rio. Foi uma vitória para a família Bolsonaro.
Nesta terça, 31, mais uma boa notícia para o clã: a Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) adiou o julgamento de uma ação do Ministério Público do Rio que tenta devolver à primeira instância a investigação envolvendo Flávio.
O senador está ganhando tempo enquanto tenta convencer que não se envolveu em nenhum esquema ilícito. Provavelmente, Carlos Bolsonaro vai tentar a mesma estratégia e usar seus advogados para adiar o processo.
O fato é que, ao chegar no segundo filho do presidente, a Justiça impõe a Jair Bolsonaro mais uma dura investigação que pode atrapalhar seus planos de reeleição.
A bandeira levantada repetidamente pelo presidente, de que ele nunca se envolveu em corrupção, vai perdendo a força quando seus próprios filhos são pegos em situações que indicam crimes com o dinheiro público.