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Blog de notícias exclusivas e opinião nas áreas de política, direitos humanos e meio ambiente. Jornalista desde 2000, Matheus Leitão é vencedor de prêmios como Esso e Vladimir Herzog
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Bolsonaro não contestou PF sobre resultado da investigação sobre Adélio

Investigadores presentes em encontro sobre primeiro inquérito do atentado relatam que presidente aceitou desfecho. Apuração foi das mais minuciosas da PF

Por Matheus Leitão Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 22 jul 2020, 11h37 - Publicado em 14 Maio 2020, 15h16

O resultado do primeiro inquérito sobre a investigação da facada de Adélio Bispo em Jair Bolsonaro foi apresentado por uma equipe de delegados da Polícia Federal ao presidente. O encontro foi citado pelo ex-diretor-geral Maurício Valeixo em seu depoimento à Justiça no caso sobre a tentativa de interferência política de Bolsonaro na PF. “O presidente não manifestou qualquer contrariedade naquela oportunidade”, disse Valeixo ao ser perguntado como Bolsonaro reagiu ao saber do resultado da investigação.

A coluna conversou com duas outras pessoas que estiveram nesta reunião com o presidente. Eles não só confirmam o relato de Valeixo de que o presidente não demonstrou contrariedade, como afirmam que Bolsonaro estava convencido de que Adélio era uma pessoa com distúrbios mentais e que teria agido sozinho. O agressor já foi diagnosticado com transtorno delirante grave. 

Em vários momentos, contudo, o clã Bolsonaro contesta o resultado da investigação, na qual o presidente é vítima, especialmente quando se encontram em apuros políticos. A última vez que isso ocorreu foi logo após a explosiva saída do ex-ministro da Justiça Sérgio Moro do governo. O presidente afirmou que houve falta de empenho da PF na apuração de possíveis mandantes da tentativa de assassinato. 

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Nesta quinta-feira, 14, foi concluído o segundo inquérito sobre o caso. Novamente, a conclusão de que Adélio agiu sozinho, sem qualquer ajuda. Como revelou Thiago Bronzatto, na Veja, desde 2018 foram ouvidas 77 testemunhas e entrevistadas 65 pessoas durante os trabalhos realizados em diferentes cidades do país. Para descobrir se houve um mandante do crime, peritos analisaram ainda 611 995 sinais de telefone, 350 horas de imagens, 1.200 fotos, 6 000 mensagens instantâneas e 2 300 e-mails. 

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A reportagem também mostra que foram rastreados os últimos sete anos da vida de Adélio. A PF levantou as suas viagens pelo Brasil, as suas últimas chamadas telefônicas, as transações bancárias e as mensagens enviadas pelo Facebook. Investigadores do caso lembram que as apurações não se limitaram ao próprio Adélio, mas avançaram sobre pessoas próximas a ele, como seus advogados. Nada foi descoberto. 

O trabalho realizado pela Polícia Federal ainda averiguou inúmeras teorias difundidas na internet sobre o crime. Uma das teses – já refutada pelos investigadores – era justamente a que dizia que Adélio Bispo teve ajuda de outras pessoas. Diversos vídeos abordando o tema circulam em redes sociais, com versões variadas. Algumas falas haviam sido distorcidas, outras entendidas de forma errada, descobriram os policias.

Ao contrário do que diz Bolsonaro, não faltou empenho dos investigadores em avançar de forma científica sobre as mais variadas hipóteses desde o grave atentado contra o candidato vencedor das ultimas eleições presidenciais. Foi, na verdade, uma das mais minuciosas investigações da PF nos últimos anos. Mas os dois inquéritos soterram de vez as possibilidades aventadas pela família de que haveria poderosos por trás do crime – e diminuem seu impacto midiático. 

Bolsonaro sempre louvou o trabalho da PF, especialmente durante a operação Lava Jato e as investigações que atingiram políticos ligados à gestão PT. São inúmeras declarações elogiando a corporação. Passou da hora de respeitar a PF neste caso, e parar de levantar suspeitas que atendam o seu interesse político.

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