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Bióloga explica descoberta do novo animal na Bacia do Tapajós

Luta da ex-ministra Marina Silva em defesa do meio ambiente inspirou pesquisadores a darem o nome dela a marsupial recém-descoberto

Por Matheus Leitão Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 14 dez 2020, 09h37 - Publicado em 14 dez 2020, 09h21

A ex-ministra do Meio Ambiente Marina Silva foi homenageada por um grupo de pesquisadores que descobriu uma nova espécie de marsupial na região da Floresta Amazônica. O animal, agora chamado de “marmosops marina”, foi identificado pela bióloga Claudilívia Ferreira dos Santos, que explica o motivo da homenagem: a luta de Marina em defesa do meio ambiente.

“Esse reconhecimento é exatamente por conta da jornada de trabalho que ela teve durante o exercício de ministra no Brasil e por conta da luta dela em defesa da Floresta Amazônica. Faz muito tempo que ela faz isso e até hoje ela ainda luta pela defesa do meio natural e isso inclui tanto [o meio] vegetal como animal. Então a gente reconhece que essa luta dela é precisa e é importante. Ela é um exemplo para todos nós”, afirma Claudilívia.

Em sua rede social, Marina Silva postou a foto do marsupial e falou sobre a emoção ao receber a notícia dos pesquisadores.

“Uma homenagem dessas representa, para mim, o reconhecimento de minha identidade e de meu trabalho. Em meio a tanta incompreensão e até perseguições, é um alívio receber um abraço solidário, um olhar amoroso, uma citação respeitosa, especialmente vindo de gente que cultiva a lucidez atenta no conhecimento da realidade, atributo essencial da Ciência”, escreveu Marina.

Durante a realização do Programa de Pós-Graduação em Zoologia da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), Claudilívia Ferreira dos Santos recebeu a missão de analisar espécimes do marsupial “Marmosops pinheiroi” que, supostamente, apresentava uma distribuição mais ao norte da Amazônia, incluindo os estados do Pará e Amapá, além de parte da Venezuela, Guiana, Suriname, Guiana Francesa, ocorrendo também na região de Belém e mais a leste, até o Maranhão.

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Ao analisar o material presente em coleções científicas de instituições públicas brasileiras importantes, como o Museu de Zoologia da USP e o Museu Nacional, a bióloga percebeu que nem todos os animais incluídos na espécie “marmosops pinheroi” tinham as mesmas características.

“Percebi que ali tinham espécimes com características que não batiam com a descrição dessa que recebia o nome anterior, de marmosopis pinheiroi. Quando se descreve uma espécie na zoologia, existem caracteres que definem aquele espécime”, relata.

A análise da pesquisadora terminou com a conclusão de que aquela espécie é formada, na verdade, por um complexo de três animais diferentes: Marmosops pinheiroi, Marmosops woodalli e Marmosops marina.

A bióloga explica que o “marmosops marina” ocorre ao sul do rio Amazonas, na bacia do rio Tapajós, incluindo os rios Teles Pires e Juruena, que são constantemente ameaçados pelo garimpo ilegal e construções de usinas hidrelétricas. A espécie ocorre, portanto, na região norte do Mato Grosso e sul do Pará, coincidindo com o arco do desmatamento, que é a região de fronteira agrícola do país que mais sofre com desmatamento ilegal.

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O marmosops marina é um marsupial pequeno, que mede até 13cm de comprimento (sem contar a cauda) e pesa até 32g, apresenta máscara enegrecida ao redor dos olhos, pelagem dorsal castanha acinzentada e ventre esbranquiçado com faixas laterais de pelos cinzas com pontas brancas. É uma espécie que tem capacidade de andar no solo, mas também em ramos de árvores e cipós. Os pesquisadores acreditam que o animal se alimenta principalmente de insetos.

As fêmeas dessa espécie, assim como as demais espécies do gênero Marmosops e uma grande parte das espécies de marsupiais da América do Sul, não possuem bolsa (marsúpio) para abrigar seus filhotes, deixando as mamas expostas ao ambiente externo, assim como os filhotes que venham a se prender a elas.

Além de Claudilívia, fizeram parte do estudo o professor Rogério Vieira Rossi e outros dois pesquisadores: Luan Gabriel de Lima Silva, também da UFMT, e Ana Cristina Mendes-Oliveira da Universidade Federal do Pará (UFPA).

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