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Blog de notícias exclusivas e opinião nas áreas de política, direitos humanos e meio ambiente. Jornalista desde 2000, Matheus Leitão é vencedor de prêmios como Esso e Vladimir Herzog
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A nova estratégia que Bolsonaro ‘roubou’ de Lula

Presidente quer usar Auxílio Brasil para conseguir votos no Nordeste, reduto eleitoral do PT

Por Matheus Leitão Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 25 out 2021, 10h42 - Publicado em 25 out 2021, 10h41

A verdade é que o presidente Jair Bolsonaro sempre teve inveja de Lula. Mas com a perda de popularidade, e sem conseguir reverter os índices de rejeição crescentes, o presidente lança mão de uma estratégia antiga – e eleitoreira – para tentar se reerguer antes da disputa presidencial de 2022.

Ao criar o Auxílio Brasil, que nada mais é do que um Bolsa Família com novo nome, Bolsonaro tenta conquistar os eleitores de classes mais pobres e ganhar votos importantes para, no desespero, buscar a reeleição – hoje tida como improvável, diga-se de passagem.

Excelente reportagem publicada pelo Jornal O Globo mostra que a escolha do grupo prioritário para receber o benefício foi realizada de forma estratégica.

Segundo a repórter Fernanda Trisotto, autora da matéria, praticamente metade do valor do Auxílio Brasil será pago para a população da região Nordeste. Em 2022, ao menos R$ 36,6 bilhões do programa vão para os nordestinos.

Por lá, Bolsonaro amarga índices de reprovação altíssimos. Pesquisa Ipec do mês de setembro aponta que apenas 16% dos entrevistados do Nordeste acham o governo bom ou ótimo. Entenderam o problema?

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A estratégia é antiga e foi usada pelo ex-presidente Lula durante sua gestão. O petista, inclusive, era criticado por adversários por usar o Bolsa Família de forma eleitoreira. O próprio Bolsonaro era um desses críticos mais ferrenhos.

É fato que o benefício foi fundamental para manter Lula e o PT no poder. Ocorre que ele nasceu de uma decisão política genuína de ajudar os mais pobres, e de um partido que, aliás, sempre levantou essa bandeira social. O PT e o próprio Lula tem, sim, muitos méritos de fazer o maior e mais bem sucedido programa social do país.

Agora, Bolsonaro quer fazer uma tentativa mequetrefe, negando completamente o discurso que o levou a vitória em 2018 – inclusive o da responsabilidade fiscal e da economia liberal liderada por Guedes. É uma pena que o presidente esteja tentando conquistar votos dessa forma em vez de buscar melhorar a gestão pífia que está fazendo no país.

Mesmo com o esforço eleitoreiro, é possível que o presidente não consiga reverter seus péssimos números e, além de sobrecarregar os cofres públicos, pode amargar uma derrota dura no Nordeste para aquele que, de fato, criou o benefício que Bolsonaro está tentando renomear agora.

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