Somos diferentes, diz presidente do Novo após sigla eleger só um prefeito
Eduardo Ribeiro afirma que partido tem outro jeito de fazer política e que não pode ser medido pela mesma régua dos outros; legenda só venceu em Joinville
Uma das surpresas da eleição presidencial de 2018, quando colocou o seu candidato, João Amoêdo, em quinto lugar na corrida presidencial com quase 2,7 milhões de votos, o Novo confirmou nas urnas em 2020 o fraco desempenho que já vinha sendo anunciado.
Limitado principalmente por suas próprias regras, como a recusa a usar o dinheiro do fundo eleitoral e a exigência de concurso para escolher os seus candidatos a prefeito, o partido lançou apenas 30 candidatos às prefeituras em todo o país. Mesmo em Minas Gerais, onde surpreendentemente elegeu Romeu Zema governador em 2018, a sigla lançou apenas cinco candidatos – o estado tem 853 municípios, recorde no país. Na capital, Belo Horizonte, o candidato da sigla a prefeito, Rodrigo Paiva, teve apenas 3,63% dos votos.
No final das contas, o partido elegeu 29 vereadores em todo o país (de 560 lançados, o pior desempenho entre 29 legendas) e apenas um prefeito, no segundo turno, em Joinville (SC): o empresário do setor farmacêutico Adriano Bornschein Silva, que foi eleito com 55,4% dos votos válidos. Sua companheira de chapa também era do Novo, a jornalista Rejane Gambin – outra prática da legenda nesta eleição foi lançar apenas chapas “puro-sangue”, já que não houve coligação em nenhuma das cidades.
Mesmo com um resultado pífio, os líderes da legenda comemoraram. “O partido Novo tem seu primeiro prefeito eleito, e é o melhor prefeito do Brasil! Que orgulho dessa história!”, escreveu Eduardo Ribeiro, presidente nacional da sigla. “Parabenizo também todos os voluntários do Novo de Joinville, Santa Catarina e em todo o Brasil que se mobilizaram pela vitória da primeira prefeitura do Novo”, comemorou Amoêdo nas redes sociais.
Eduardo Ribeiro também fez questão de rebater as críticas à performance eleitoral da sigla. “O Novo foi criado para atrair pessoas competentes para a política. Pessoas, na maioria das vezes, de fora do circuito político, que nunca encontraram um meio por onde pudessem fazer a diferença. Não há nada de antipolítica. Somos políticos também, mas de uma escola diferente. Por isso, não adianta usar a mesma régua dos outros partidos para medir o desempenho do Novo. Não temos milhares de comissões provisórias espalhadas pelos rincões do Brasil, nem buscamos alianças e trocamos apoio a qualquer custo para vencer eleições”, afirmou.