Depois de um ano à venda, o sítio Santa Bárbara, em Atibaia, que levou à condenação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva em um processo da Operação Lava Jato, enfim recebeu uma proposta de um comprador interessado.

O empresário Fernando Bittar, dono formal da propriedade no interior paulista e ex-sócio de Fábio Luís, o Lulinha, filho primogênito de Lula, informou à Justiça Federal do Paraná na última quarta-feira, 22, que um homem chamado Alexandre Horiye Ferreira pretende pagar exatos 1.850.000,020 reais pelo sítio, reformado ao custo de 1 milhão de reais pelas empreiteiras OAS e Odebrecht – a propriedade havia sido avaliada em 1,7 milhão de reais em agosto de 2019. Em fevereiro de 2019, Lula foi condenado a 12 anos e 11 meses de prisão pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro pelas obras. O Tribunal Regional Federal da 4ª Região elevou a pena a 17 anos de prisão.

A proposta de Horiye, aceita por Bittar, é de pagar 20% do valor, 370.000 reais, de entrada no próximo dia 10 de maio. Os 80% restantes seriam pagos em 60 parcelas mensais (5 anos) de 24.666,67 reais, “a serem pagas todo dia 20 de cada mês, com vencimento da primeira parcela em 20 de julho de 2020”.

“Considerando que o valor da proposta é compatível com a avaliação judicial do imóvel, requer-se seja autorizada a venda do sítio nos termos da proposta realizada, com a consequente indicação de conta judicial para que o comprador efetue diretamente o pagamento”, pediu a defesa de Fernando Bittar à Justiça.

No mesmo dia, a juíza federal substituta Gabriela Hardt abriu prazo de cinco dias para que o Ministério Público Federal se manifeste sobre a venda. O dinheiro da negociação será depositado em conta judicial.

O sítio tem 35.873 metros quadrados com campo de futebol, piscina e lago. Em um laudo de avaliação do imóvel, o oficial de Justiça Hugo Guerrato Netto notou as “sobejas águas” que regam o sítio, nas montanhas de Atibaia, e a “aprazível cozinha, completa e ampla, com piso branco e móveis novos” que compõe a sede da propriedade – instalada e equipada pela empreiteira OAS a um custo de 170.000 reais.

No entanto, o avaliador observou que “urge anotar que as construções, em sua maior parte, encontram-se em estado de abandono, com vários pontos de infiltração e rachaduras nas paredes, bem como necessitando a restauração na maior parte do madeiramento e troca de pisos em determinados locais pontuais”.