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Por José Benedito da Silva
A política e seus bastidores. Com Laísa Dall'Agnol, Victoria Bechara, Bruno Caniato, Valmar Hupsel Filho, Isabella Alonso Panho e Adriana Ferraz. Este conteúdo é exclusivo para assinantes.
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Sem cargo desde abril, Moro vira o ‘provocador-geral da República’

No Twitter, ex-ministro, visto como rival do presidente em 2022, usa de dureza e de ironia para cutucar com frequência Bolsonaro, o governo e seus aliados

Por Da Redação 11 jun 2020, 19h50

O ex-ministro da Justiça e Segurança Pública Sergio Moro está sem cargo desde o dia 24 de abril, quando pediu demissão em meio a uma queda-de-braço com o presidente Jair Bolsonaro em torno do comando da Polícia Federal. Desde então, no entanto, o ex-juiz da Operação Lava Jato continua no embate político com o governo a que serviu por um ano e quase quatro meses, às vezes com palavras duras, às vezes com ironia.

O tom, no entanto, é sempre de quem não vai deixar de cutucar o governo tão cedo. Há quem aposte, com razoável dose de razão, que o embate de verdade entre Moro e Bolsonaro só vai se dar em 2022, quando os dois poderão se enfrentar na disputa da eleição presidencial. Moro não tem nem partido e nega sempre que será candidato, mas pesquisas de opinião mostram que ele seria um osso duro de roer para o atual presidente.

As críticas também deixam bem claro que ele vai se situar na oposição ao atual governo. Só nesta quinta-feira, 11, ele publicou dois posts no Twitter críticos a Bolsonaro. No primeiro, ironiza a recriação do Ministério das Comunicações e a entrega do seu comando ao deputado federal Fábio Faria (PSD-RN), genro do apresentador Silvio Santos, dono da rede de televisão SBT.

Depois, usa o ex-presidente americano Theodore Roosevelt (1901 a 1909) para voltar a cutucar uma ferida antiga: a suposta tentativa de Bolsonaro de interferir na escolha de superintendentes e do diretor-geral da PF, instituição que estava sob o seu guarda-chuva no governo.

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Também criticou a troca de comando do Ministério da Saúde, que perdeu dois ministros em menos de um mês – Luiz Henrique Mandetta e Nelson Teich -, em meio à pandemia do coronavírus e emendou com uma crítica à tentativa do sucessor de ambos, general Eduardo Pazuello, de mudar a forma de divulgar os números de casos e mortos pela doença.

Aqui, uma cutucada: o ex-ministro comemora a denúncia pela Operação Lava-Jato, por meio da Procuradoria-Geral da República, por corrupção do deputado federal Arthur Lira (Progressistas-AL), o cacique do Centrão que mais tem negociado apoio do bloco a Bolsonaro e que se tornou uma espécie de líder informal do governo na Câmara.

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De vez em quando, ele publica um post rebatendo alguma acusação de Bolsonaro – esta, feita pelo presidente nas suas explanações tradicionais na chegada e saída do Palácio da Alvorada, na qual chamou Moro de “covarde” por supostamente ser a favor da prisão de quem descumprisse a quarentena contra o coronavírus e por dificultar a política de liberação de armas defendido pelo presidente.

Em um exemplo de ironia, o ex-juiz faz troça do protesto com estética fascista comandado pela ativista bolsonarista Sara Winter em uma noite de sábado contra o Supremo Tribunal Federal. Um grupo de cerca de 30 pessoas portava velas e usava máscaras lembrando passeatas nazistas e eventos de supremacistas brancos, como os da Ku Klux Klan, nos Estados Unidos.

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Aqui, ele mira os aliados mais radicais de Bolsonaro, que são alvos do chamado inquérito das fake news tocado pelo STF. O comentário veio após operação de busca e apreensão feita pela PF em endereços de bolsonaristas, que se defenderam dizendo que a iniciativa feria a liberdade de expressão.

Nos dois próximos posts, de novo responde ao presidente. No primeiro, rebate Bolsonaro após ele ser acusado de não se esforçar para impedir o cerco do Ministério Público e da polícia do Rio a seus filhos. No segundo, posta entrevista à Time na qual afirmou que não entrou no governo “para servir a um mestre”.

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Abaixo, ele dá um puxão de orelha em Bolsonaro após o presidente, em uma de suas tradicionais lives no Facebook, ter feito piada sobre a cloroquina e os seus adversários políticos. “Quem é de direita usa cloroquina, quem é de esquerda usa tubaína”, disse o chefe do Executivo às gargalhadas, num momento já crítico da pandemia da Covid-19,.

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Aqui, ele cobra esclarecimentos de fatos revelados em entrevista de outro ex-aliado de Bolsonaro, o empresário Paulo Marinho, ao jornal Folha de S. Paulo, na qual afirmou que um dos filhos do presidente, o senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ), havia sido avisado antes de operação da PF, que teria sido retardada para não interferir no segundo turno da eleição presidencial.

Enfim, o ex-juiz Sergio Moro pode até não ser candidato, mas a postura é de quem também não descarta seguir na política.

 

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